Automedicação: um mal dos nossos dias

Saúde e Medicina
Última atualização: 16/12/2022
  • A automedicação é uma prática comum caraterizada pela ingestão não prescrita de medicamentos, sem a supervisão de um profissional qualificado.
  • Os medicamentos atuam de formas diferentes no organismo. A toma de antibióticos sem a devida prescrição pode levar a que as bactérias se tornem imunes a estes últimos.
  • Existem várias formas de automedicação, sendo umas mais nefastas que outras. Alguns exemplos incluem o álcool, opiáceos, estimulantes, marijuana e a alimentação.
  • Numa emergência, no caso de automedicar-se deverá ter em atenção todas as indicações referidas neste artigo.

A automedicação é um grave problema de saúde pública em Portugal, por muito irreal que isso possa parecer! Sempre que sentir mal-estar, deve consultar o seu médico, que acima de tudo é a pessoa mais indicada para o ajudar nos seus problemas de saúde.

Automedicação, um grave problema de saúde pública

A automedicação caracteriza-se pela prática de ingestão de substâncias medicamentosas sem a devida prescrição e sem o acompanhamento por parte de um profissional qualificado. Ou seja, ocorre quando alguém decide tratar-se através do seu conhecimento pessoal, podendo recorrer a conhecimentos de familiares ou amigos, assim como a crenças populares.
É ponto assente que os medicamentos são necessários na melhoria de algumas queixas e na manutenção do bem-estar físico e mental das pessoas mas apenas serão verdadeiramente eficazes se houver uma indicação médica clara para a sua utilização.
Atualmente, a questão da automedicação é um grave problema de saúde pública em Portugal, por muito irreal que isso possa parecer!

Um dos maiores riscos no consumo errado de medicamentos é o de tomar doses desadequadas e excessivas que podem originar efeitos colaterais indesejáveis. Isto origina quadros clínicos atípicos que podem, por vezes, ser interpretados de forma errada. Um mesmo medicamento, na mesma dose, ao ser tomado durante o mesmo período de tempo por duas pessoas distintas com diagnósticos similares, pode, no entanto, ter resultados diferentes. Pode ser bastante eficaz para uma e pouco eficaz na resolução dos problemas da outra. O ideal seria que as pessoas não se automedicassem: a vida saudável não se encontra nos anúncios de produtos farmacêuticos que prometem a cura para todos os males, mas sim numa boa alimentação, hábitos saudáveis e numa vida sã.

Os remédios atuam no organismo de formas diferentes

Quanto maior for o número de medicamentos ingeridos, será igualmente maior a probabilidade de reações dispépticas, como azia ou dores de estômago.
A utilização indiscriminada de antibióticos pode levar a que algumas bactérias se tornem imunes a estes últimos. Quando isso acontece torna-se necessário recorrer a outros antibióticos mais fortes e cria-se progressivamente uma resistência aos antibióticos, o que constitui um sério problema de saúde pública.
Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para os perigos decorrentes de uma ingestão de medicamentos de forma não vigiada, tais como:

  • Diagnóstico incorreto da patologia assim como atraso e possível agravamento no tratamento da mesma.
  • Escolha de tratamento desadequado.
  • Administração da dose de medicamento incorreta (quer seja pela subdosagem quer pela sobredosagem).
  • Duração inadequada do tratamento.
  • Possibilidade de reações alérgicas.
  • Possibilidade de aparecimento de efeitos secundários.
  • Possíveis interações medicamentosas.
  • Armazenamento de medicamentos em condições propícias à sua deterioração.

Nunca podemos dissociar a automedicação dos grupos de risco a ela agrupados:

  • Crianças: Quer pela sua fragilidade física, quer pelo seu organismo ainda em desenvolvimento deve evitar-se que os adultos mediquem as crianças sem consultar um médico.
  • Idosos: Devido à sua constituição física, vulnerável e frágil devem abster-se ao máximo desta prática. Aqueles que padecem de doenças mais graves em caso algum devem recorrer a uma terapêutica de automedicação.
  • Grávidas: As mulheres grávidas apenas poderão tomar medicamentos prescritos pelo seu médico assistente uma vez que, ao agirem de outra forma e optarem por se auto medicar, poderão estar a pôr em risco a vida do feto.

Formas de automedicação

Existem várias formas de automedicação, sendo umas mais benéficas e menos prejudiciais do que outras. Infelizmente, na automedicação, as substâncias que muitos indivíduos recorrem são nocivas.

 

Alguns exemplos de opções ou indulgências nocivas utilizadas para automedicação são:

 

  • Opiáceos: São medicamentos que imitam os efeitos do ópio, uma substância derivada da planta da papoila. Alguns opiáceos incluem oxicodona, hidrocodona, morfina, codeína, heroína.
  • Álcool: é uma das práticas mais comuns devido à disponibilidade e aceitação social do álcool.
  • Marijuana: A marijuana (ou canábis) é uma das substâncias mais utilizada entre as pessoas com depressão.
  • Estimulantes: o uso recreativo destes medicamentos pode levar a um elevado potencial de dependência, podendo causar grandes danos em vários sistemas de órgãos, especialmente no sistema cardiovascular, ou até ser mesmo fatal.
  • Alimentação: no caso de se comer em demasia ou emocionalmente. A automedicação com alimentos pode reduzir, de uma forma temporária, o stress, em pessoas que não estejam clinicamente deprimidas. No entanto, o consumo regular de alimentos para lidar com a tristeza pode causar danos na autoestima, podendo ter um impacto negativo no físico devido ao ganho de peso, não saudável.

O que fazer numa emergência

Sabemos que, por vezes temos mesmo que recorrer à automedicação, porque o nosso médico não se encontra disponível para nos consultar (por estamos fora da nossa área de residência).
Nesses casos, existe uma série de conselhos que podem ser seguidos com vista a praticar uma automedicação responsável, tais como:

  • Ler com atenção o folheto informativo antes de utilizar qualquer medicamento.
  • Verificar se o medicamento não provoca interações com outros medicamentos que esteja atualmente a tomar.
  • Em caso de persistência de sintomas ou para esclarecimento de dúvidas consulte o seu médico ou farmacêutico.
  • Não utilize medicamentos fora do prazo de validade.
  • Não ultrapasse os períodos aconselhados para o tratamento.
  • Caso surjam efeitos secundários adversos, consulte imediatamente o seu médico.
  • Guarde os medicamentos em locais secos e de difícil acesso a crianças.

Automedicar-se é muitas vezes gastar dinheiro duplamente: primeiro com os medicamentos adquiridos sem prescrição do médico, depois com a consulta e com os medicamentos prescritos pelo médico.

A vida humana é importante e deve vivê-la de uma forma plena, complementando-a com a prática de exercício físico, uma alimentação saudável, desfrutando da companhia de quem mais aprecia. E, sempre que necessário, consultando o seu médico, que acima de tudo é a pessoa mais indicada para o ajudar nos seus problemas de saúde. Ajude-se a si próprio… Consulte o seu médico!

Lembre-se: Para ter uma vida sã, evite consultar-se com amigos e conhecidos…Evite a automedicação!

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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