O enfisema pulmonar é uma doença degenerativa, que geralmente se desenvolve depois de muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão devido, ao cigarro e outras toxinas no ar.
O enfisema pulmonar é, juntamente com a bronquite, uma das causas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), na qual os alvéolos vão sendo destruídos, levando a que os bronquíolos percam o seu apoio estrutural, entrando em colapso quando expiram o ar.
A DPOC é a quarta causa de morte no mundo ocidental, sendo que mais de 95% de todas as mortes provocadas por esta doença ocorrem em pessoas com mais de 55 anos e, mais frequentemente, nos homens. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, estima-se que em Portugal 5,42% da população entre os 35 e os 69 anos sofra de DPOC. A maior expressão da doença no sexo masculino deve-se ao facto de haver mais homens fumadores. Anualmente a mortalidade de DPOC é de 8,7 por 100.000 habitantes.
No enfisema, a redução do fluxo de ar é permanente e de origem estrutural.
Causas do Enfisema Pulmonar
A principal causa de enfisema pulmonar é:
- Hábitos tabágicos: o tabagismo é responsável por 86% dos casos de bronquite e enfisema.
Outras causas incluem:
- Fumo passivo.
- Inalação de canábis.
- Poluição ambiental.
- Inalação de pó de sílica.
- Deficiência da alfa 1-antitripsina – forma hereditária da doença – resultante da ausência de uma proteína que protege as estruturas elásticas dos pulmões.
Sintomas do Enfisema pulmonar
O enfisema pulmonar pode não causar sintomas durante muitos anos, mas de um modo geral, os sintomas desenvolvem-se entre os 40 e os 60 anos. As queixas mais comuns são:
- Dificuldade em respirar e tosse crónica. Estes são sinais de alarme importantes.
- Numa fase primária, a dificuldade respiratória instala-se de modo gradual, após a realização de esforço físico. Nas fases mais avançadas, a dificuldade respiratória manifesta-se mesmo em repouso. A respiração torna-se mais ruidosa, podendo ocorrer pieira.
- Unhas e lábios de coloração azulada ou acinzentada, o que traduz a dificuldade de oxigenação das extremidades do corpo. A fraca oxigenação pode causar dificuldade de concentração e um aumento da frequência cardíaca (o que corresponde ao esforço que o coração realiza para tentar compensar o menor transporte de oxigénio).
- Perda de peso.
Em casos mais extremos, o enfisema pode levar ao colapso pulmonar, infeções respiratórias ou problemas cardíacos.
Tratamento do Enfisema Pulmonar
Os exames normalmente utilizados para diagnosticar o enfisema são:
- Radiografia torácica.
- TAC pulmonar.
- Testes laboratoriais que avaliam os níveis de oxigénio e de dióxido de carbono no sangue.
- Testes da função pulmonar – que determinam o grau de comprometimento dos pulmões no doente com enfisema.
Uma vez que as alterações da estrutura pulmonar são irreversíveis, o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença. O tratamento pode incluir:
- Medicamentos para a cessação tabágica.
- Broncodilatadores que melhoram a respiração.
- Inaladores com corticóides que permitem uma respiração mais fácil.
- Reabilitação pulmonar, com aprendizagem de exercícios respiratórios que melhoram a qualidade de vida.
- Uso de oxigénio em casa, por vezes durante todo o dia, pode tornar-se essencial nas formas mais avançadas da doença.
- Cirurgia nos casos mais graves, para remoção do tecido pulmonar danificado.
- Transplante pulmonar, como solução de último recurso perante a ineficácia das outras opções.
Estas formas de tratamento devem ser complementadas com alterações no estilo de vida, de forma a travar a progressão da doença e a evitar complicações. O doente deve:
- Evitar todos os tipos de fumos.
- Evitar todos os produtos irritativos, como tintas, químicos, alguns odores de cozinha, alguns perfumes, velas e incenso.
- Manter os filtros do ar condicionado devidamente limpos.
- Evitar o frio.
- Praticar exercício físico com regularidade, uma vez que este permite aumentar a capacidade pulmonar.
- Os doentes com enfisema devem ser vacinados contra a gripe e a pneumonia.
Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Isabel Braizinha.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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