Anemia, um estado comum

Anemia: o que é?

A anemia é uma condição que ocorre quando o organismo produz uma quantidade de glóbulos vermelhos mais baixa do que o normal. Os glóbulos vermelhos (também chamados de hemácias) são bastante importantes uma vez que transportam o oxigénio às células e tecidos. Na verdade, contêm hemoglobina – a proteína essencial no transporte do oxigénio na corrente sanguínea. Por sua vez, cada molécula de hemoglobina contém quatro iões de ferro. Assim, o baixo número de glóbulos vermelhos leva a um baixo teor de hemoglobina, resultando em falta de oxigénio no sangue. Existem vários tipos de anemia, mas o tipo mais comum é anemia por deficiência de ferro. No entanto, assumir que toda a anemia é devida a deficiência em ferro e que todas são causadoras de sintomas relativiza a complexidade desta patologia tão comum. Na verdade, a anemia pode ser um sintoma de um problema maior, como por exemplo, cancro do cólon.

Há certas pessoas que têm um risco acrescido de desenvolver esta condição, como mulheres durante a perda de sangue do ciclo menstrual ou grávidas. Pessoas que vivam em lugares onde a nutrição é pobre podem também ter uma alimentação pobre em ferro. Igualmente, o consumo de álcool pode levar a um risco aumentado de desenvolver anemia.

Definição de valor baixo de glóbulos vermelhos

Na anemia, a redução no número de glóbulos vermelhos é um facto. Contudo, é importante referir que esta redução pode assumir duas formas para determinar quão baixo o valor é: menos que o número necessário para o normal funcionamento da função corporal; valores mais baixos que os apresentados pela maioria da população dita “saudável”. Esta última definição é por hábito a mais utilizada, ou seja, laboratorialmente é definido um valor após a medição de centenas de testes sanguíneos realizados a pessoas que apresentem uma contagem de glóbulos vermelhos saudável e são definidos como normais os valores considerados para 95% da população. Os restantes 5% – que irão incluir os valores mais altos e os valores mais baixos – serão considerados anormais.

Valores normais

Em mulheres adultas, o volume normal de glóbulos vermelhos é de aproximadamente 36% a 48% (representando 95% da população feminina considerada saudável). Este volume é ligeiramente mais alto nos homens (40% a 52%). A concentração de hemoglobina é habitualmente entre 11.5 miligramas por decilitro (mg/dl) e 17.5 mg/dl, com algumas variâncias, dependendo do laboratório que realiza os testes. A busca por uma origem, incluindo défice vitamínico ou de nutrientes como o ferro ou perdas sanguíneas, são fatores importantes.

Sintomas mais comuns

Os sintomas mais comuns em todos os tipos de anemia podem englobar:

• Fraqueza;
• Palidez;
• Cansaço;
• Arrepios;
• Falta de ar;
• Dor de cabeça;
• Tonturas e desmaios;
• Hemorragias;
• Icterícia.

Quando a anemia se revela com valores significativos, poderá ser associada a sinais de alarme em específico: fadiga, dor de cabeça, palpitações, falta de ar. No entanto, anemia moderada pode nem ter nenhum sintoma. Os sintomas tendem a piorar durante o exercício físico, uma vez que, esta prática requer um maior transporte de oxigénio aos músculos. Se a anemia for severa e piorar, os sintomas podem surgir mesmo em período de repouso e podem incluir dificuldade em respirar, confusão sensorial ou letargia. A síndrome das pernas inquietas, por vezes, surge associada à anemia.

Ao ser diagnosticada uma anemia, as pessoas encontram um “motivo” para os seus sintomas, especialmente se estes forem sensações de fadiga ou cansaço. Em muito casos, contudo, tal facto revela-se um mito: enquanto a anemia pode causar fadiga, a maior parte dos casos não é causado pela mesma. A prova é que a maioria desses sintomas, persistem mesmo após a correção do estado anémico.

Principais causas da anemia

As principais causas da anemia simplificam-se em três pontos:

• Problema com a produção de glóbulos vermelhos (eritropoiese), quando a medula óssea está a produzir pouca quantidade;
• Hemólise excessiva, quando os glóbulos vermelhos são destruídos mais rapidamente do que são criados (por exemplo, em diversas formas de anemia hemolítica);
• Problemas com perda de sangue, com hemorragia visível ou de origem interna e mais difícil de diagnosticar.

Como tratar?

O tratamento da anemia difere tendo em conta a causa e severidade do caso em particular. Igualmente, é importante perceber se há alguma doença que está a causar a anemia. O profissional de saúde pode decidir que a terapêutica mais indicada é algum medicamento que promova a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos. Por outro lado, se a anemia for devido a uma doença autoimune, a terapêutica mais indicada poderá ser um fármaco que supresse o sistema imunitário. Para alguns casos moderados, pode ser recomendado a toma de suplementos alimentares, como suplementos de ferro ou de vitamina B12. As transfusões de sangue são recomendadas em casos de anemia severa para aumentar rapidamente as contagens de glóbulos vermelhos.

Segundo o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, é essencial tratar a anemia, pois o não-tratamento pode:

• Deixar a pessoa suscetível a doenças ou infeções (sistema imunitário fragilizado);
• Aumentar o risco de desenvolver complicações que afetam o coração ou os pulmões – como batimentos cardíacos anormalmente rápidos (taquicardia) ou insuficiência cardíaca;
• Causar um maior risco de complicações antes e depois do parto na gravidez.

Para concluir…

Nem sempre a anemia resulta da falta de ferro, como muitas pessoas imaginam. Existem outros fatores que podem vir a trazer preocupações se não houver cuidados. É preciso estar atento a qualquer uma das causas, porque a anemia pode esconder outras doenças. Cuide da sua saúde!