Tumor pélvico benigno frequente na mulher, em especial durante a fase reprodutiva. Carateriza-se pelo crescimento de uma massa no útero (na maioria das vezes, tecido muscular), pela ocorrência de hemorragias uterinas fora do comum e tem um impacto na qualidade de vida da mulher, podendo ainda estar na origem de casos de infertilidade. Embora seja muitas vezes assintomático, este tipo de tumor pode ter uma dimensão muito reduzida ou chegar a atingir os 15 centímetros.
Os miomas podem ser únicos ou múltiplos e classificam-se segundo a sua localização: intramurais (os mais comuns), subserosos e submucosos (os mais raros).
É a principal causa de histerectomia, cirurgia que consiste na remoção do útero.
Causas do Mioma Uterino
O aparecimento e desenvolvimento de miomas uterinos podem dever-se a vários fatores, ligados entre si:
- Genética – estima-se que 40% dos miomas tenham origem em anomalias genéticas, muitas delas detetáveis.
- Hormonas – a influência dos estrogénios e progesterona é determinante para a evolução de um mioma.
- Estima-se que os fatores de crescimento produzidos pelas células musculares lisas e fibroblastos possam favorecer o crescimento destes tumores.
Existem fatores de risco que tornam a mulher mais vulnerável a esta doença:
- Idade.
- Etnia negra.
- Menarca precoce.
- Obesidade.
- Hipertensão arterial.
- Antecedentes familiares em primeiro grau.
- Não ter filhos (mulher nulípara).
- Consumo regular de carnes vermelhas e de bebidas alcoólicas.
Sintomas do Mioma Uterino
- Hemorragias irregulares e abundantes.
- Dor ou desconforto.
- Sensação de compressão na zona pélvica.
- Dor durante o ato sexual.
- Dor lombar.
- Dor ou inchaço no abdómen.
Esta patologia pode ter algumas consequências, como por exemplo:
- Infertilidade.
- Complicações na gravidez: aborto espontâneo, parto pré-termo, anomalias no feto, crescimento do mioma.
- Risco de malignização e metastização.
- Miomas de maiores dimensões podem exercer uma compressão sobre os órgãos vizinhos que pode originar alterações a nível urinário, intestinal, nervoso ou vascular.
Tratamento do Mioma Uterino
O diagnóstico desta patologia pode ser feito pelo médico durante o exame clínico e complementado com a realização de ecografias pélvicas (abdominal e/ou transvaginal), considerado o método de eleição para deteção do problema. Em certos casos pode ainda recorrer-se à TAC ou histeroscopia (procedimento endoscópio que permite avaliar a cavidade uterina com uma câmara).
A abordagem terapêutica depende de vários fatores como: o mioma (tipo, dimensão e localização), a gravidade dos sintomas e a idade da mulher (se está próximo da menopausa, fase reprodutiva). Os casos assintomáticos não requerem tratamento, mas apenas vigilância periódica. O tratamento visa sobretudo a combater os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher.
Fármacos – Permitem controlar os sintomas, travar o crescimento e até reduzir o tamanho do mioma. A definição do medicamento a usar, dosagem e duração do tratamento é feita caso a caso e tendo em conta a finalidade e os efeitos secundários associados.
Cirurgia – A abordagem radical e definitiva para o tratamento desta patologia consiste na remoção completa do útero (histerectomia), mas atualmente a opção de remover apenas os miomas (miomectomia) é, consoante o caso, considerada a mais indicada. Os procedimentos usados, via abdominal, vaginal ou laparoscópica, dependem do tamanho e localização do mioma.
Artigo revisto e validado por Maria Isabel Braizinha, especialista em Medicina Geral e Familiar.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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