Doença autoimune que provoca a inflamação da glândula tiroide, sendo uma das principais causas de hipotiroidismo.
A designação desta patologia deve-se a Hakaru Hashimoto, médico japonês que a identificou no início do século XX. É igualmente denominada tiroidite autoimune crónica, ou tiroidite linfocítica crónica, e distingue-se pela presença de bócio. A evolução da doença é gradual ao longo do tempo e caracteriza-se por lesões crónicas na tiroide que interferem com os níveis desta hormona no sangue.
Estima-se que tenha uma incidência de 1 em cada 1000 pessoas e que ocorra com maior frequência no sexo feminino, especialmente entre os 30 e os 50 anos.
Causas de Tiroidite de Hashimoto
A causa exata ainda não está identificada, no entanto reconhece-se a existência de uma predisposição genética que, juntamente com outros fatores como a idade e o género (é mais frequente na meia-idade e em mulheres), pode explicar o aparecimento desta doença autoimune. A toma de fármacos e a exposição excessiva a iodo, via alimentação ou tratamentos, são elementos que podem igualmente desencadear a patologia em pessoas com esta predisposição genética.
Algumas doenças podem aumentar o risco de vir a sofrer de Tiroidite de Hashimoto:
- Lupus.
- Artrite reumatoide.
- Diabetes tipo 1.
Sintomas de Tiroidite de Hashimoto
Assintomática numa fase inicial, a Tiroidite de Hashimoto é, em muitos casos, apenas detetada pelo aparecimento de bócio indolor. Os sinais desta patologia são idênticos aos sintomas de hipotiroidismo (quando a atividade da glândula é inferior ao normal). Os principais são:
- Fadiga.
- Atonia (falta de energia e força muscular).
- Sensibilidade acrescida ao frio.
- Obstipação.
- Palidez e secura cutânea.
- Rouquidão.
- Rosto inchado.
- Aumento de peso sem razão aparente (retenção de líquidos).
- Dor e rigidez muscular (em especial na zona dos ombros e ancas) e articular.
- Edema nos joelhos, nas articulações das mãos e pés.
- Menstruação anormalmente abundante (menorragia).
- Depressão.
Tratamento de Tiroidite de Hashimoto
A Tiroidite de Hashimoto é facilmente diagnosticável através de análises ao sangue para avaliar a função da tiroide (níveis TSH) e a presença de anticorpos anti-peroxidase (sinal claro de patologia autoimune).
A abordagem terapêutica depende do desempenho da tiroide. Se esta se apresentar dentro dos parâmetros normais, não existe indicação para tratamento e o clínico recomendará vigilância periódica para detetar eventuais alterações. Perante a existência de bócio ou hipotiroidismo recomenda-se o tratamento farmacológico que consiste e administrar levotiroxina, um medicamento que substitui a hormona libertada pela tiroide, mantendo os níveis hormonais estáveis e eliminando os sintomas de hipotiroidismo. O esquema de tratamento a seguir varia de caso para caso, mas regra geral implica uma toma durante toda a vida, com consultas periódicas de vigilância.
Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar, Isabel Braizinha.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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