Otoplastia: corrigir as orelhas com cirurgia

Cirurgia Plástica e Estética
Última atualização: 03/08/2022
  • A otoplastia é a solução para quem sempre sentiu desconforto com as orelhas “descoladas” ou proeminentes.
  • Trata-se de um procedimento de rápida recuperação e com cicatrizes pouco percetíveis.
  • Com esta cirurgia é possível melhorar a forma, posição ou proporção da orelha que tanto o incomodam.
  • O seu médico cirurgião poderá aconselhá-lo sobre os riscos e resultados desta cirurgia.
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A otoplastia é uma cirurgia que permite corrigir a forma, proporção ou dimensão das orelhas. As vulgarmente denominadas “orelhas de abano” têm solução através desta técnica cirúrgica.

A cirurgia que melhora a forma, posição ou proporção da orelha denomina-se otoplastia. Esta cirurgia permite corrigir um defeito na estrutura da orelha que está presente na altura do nascimento e que se torna visível com o desenvolvimento, mas também pode, por exemplo, tratar defeitos nas orelhas provocados por lesões.

A otoplastia proporciona equilíbrio e proporção entre rosto e as orelhas e tem efeitos muito benéficos na autoimagem e autoconfiança. Neste artigo vamos centrar-nos na otoplastia para correção de um defeito congénito como é o caso das orelhas proeminentes, “descoladas” ou vulgarmente denominadas “orelhas de abano”.

Orelhas “descoladas”

As orelhas “descoladas” ou proeminentes são uma deformidade congénita em que não se desenvolve uma dobra na cartilagem auricular (ante-hélix), o que faz com que o pavilhão auricular fique afastado em relação ao crânio. Este problema nasce com a pessoa, não estando associado a qualquer tipo de complicações no parto nem podendo ser corrigido através da colocação de adesivos para comprimir a orelha.

As crianças que têm este problema são, muitas vezes, alvo de troça dos colegas da escola e a autoestima e autoconfiança são afetadas, o que irá ter repercussões ao longo de toda a sua vida e constitui uma fonte de sofrimento. Para que isto não aconteça, é aconselhável que, ainda em fase pré-escolar, os pais da criança se aconselhem com um cirurgião plástico sobre a cirurgia para correção das orelhas descoladas.

Em que consiste a otoplastia

A otoplastia consiste na criação de uma dobra na cartilagem auricular (ante-hélix) através de incisões na zona posterior do pavilhão auricular (parte de trás da orelha). Esta remodelação da cartilagem permite criar um ângulo mais fechado entre a cabeça e a orelha. Se a dobra na cartilagem auricular existir, mas for demasiado pequena, o cirurgião pode aumentá-la.

Esta cirurgia é realizada com o paciente sob anestesia local ou geral e tem a duração de 45 a 60 minutos. Dependendo dos casos, o doente pode ter alta no próprio dia ou ter um internamento de curta duração.

Quem é um bom candidato a esta cirurgia?

De acordo com a American Society of Plastic Surgeons, são bons candidatos crianças saudáveis (sem nenhuma patologia grave ou infeções crónicas nos ouvidos não tratadas, caso contrário não deverão ser submetidas à cirurgia) a partir dos 5/6 anos de idade ou quando a cartilagem do ouvido é estável o suficiente para poder ser corrigida. Deve ser uma criança cooperante, capaz de seguir instruções e de comunicar aquilo que está a sentir.

Também são bons candidatos a esta cirurgia adultos saudáveis (patologias graves ou doenças que possa interferir no processo de cicatrização – como a diabetes, por exemplo – constituem contraindicações) e não fumadores. Devem ter objetivos e expetativas realistas em relação à cirurgia a que se vão submeter.

Riscos e complicações

É muito importante que o cirurgião plástico explique ao paciente ou aos pais deste, tratando-se de uma criança, os riscos associados à otoplastia e eventuais complicações, embora estas não sejam frequentes. Em geral, verifica-se apenas uma equimose (nódoa negra) ligeira. Entre os riscos/complicações menos frequentes incluem-se dor, hemorragia (hematoma), assimetria, infeção, má cicatrização das feridas, alteração na sensibilidade da pele, irregularidades no contorno da pele, descoloração da pele ou edema e alergias aos adesivos ou materiais de sutura.

Que perguntas deve fazer ao cirurgião plástico?

Para não se esquecer de nada, use esta lista de verificação como guia durante sua consulta de cirurgia:

  • Se este tem a Especialidade de Cirurgia Plástica Reconstrutiva.
  • Se tem formação e treino no campo da cirurgia plástica.
  • Quantos procedimentos deste género já realizou.
  • Se tem fotos de antes e depois para poder avaliar quais os resultados razoáveis.
  • Se sou um bom candidato para este procedimento.
  • O que será esperado para obter os melhores resultados.
  • Onde e como o médico vai realizar a cirurgia.
  • Qual a forma, tamanho, textura da superfície, local de incisão e local de colocação recomendados.
  • Qual o tempo de recuperação esperado e que tipo de ajuda será necessária durante a recuperação.
  • Quais são os riscos e complicações associados ao procedimento.
  • Como são tratadas as complicações.
  • Quais as opções em caso de insatisfação com o resultado da cirurgia.

Cuidados pré-operatórios

A preparação para a cirurgia pode incluir, de acordo com a American Society of Plastic Surgeons:

  • Análises ao sangue e/ou uma avaliação médica.
  • A toma de determinados medicamentos ou o ajuste na medicação habitual do paciente.
  • Parar de fumar.
  • Evitar a toma de aspirina e determinados medicamentos anti-inflamatórios pois podem aumentar o risco de hemorragia.

Se a cirurgia for realizada em regime ambulatorial, o paciente deverá certificar-se que alguém o acompanha a casa após a cirurgia e fica com ele pelo menos na primeira noite após a cirurgia.

Cuidados pós-operatórios

É normal que surja algum desconforto imediatamente após a cirurgia, mas este pode ser controlado através da toma de fármacos analgésicos prescritos pelo cirurgião plástico. O paciente pode sentir comichão na zona que foi operada.

Os cuidados pós-operatórios incluem a necessidade de o paciente usar uma banda de compressão elástica na zona operada durante o período recomendado pelo cirurgião plástico (8 dias, em média) e evitar traumatismos na zona auricular e a prática de exercício físico intenso. Decorrida uma semana de recuperação, geralmente é possível retomar a rotina escolar/profissional.

Resultados definitivos

As cicatrizes que resultam da otoplastia são pouco percetíveis, pois situam-se na zona posterior da orelha. Os resultados da otoplastia são, como garante a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, “geralmente, definitivos”.

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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