O Transtorno do Défice de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurológico caracterizado por problemas de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Se não forem clinicamente acompanhados, os doentes podem sofrer complicações ao longo da sua vida escolar, familiar e profissional. A American Pshycological Association identifica três subtipos de Transtorno de Défice de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

  1. TDAH tipo desatento: identifica-se por predomínio da vulnerabilidade à falta de atenção e à distração, dificuldade em manter o esforço em atividades mais exigentes e prolongadas. É mais comum em mulheres e, conjuntamente com o tipo combinado, apresenta uma maior prevalência de insucesso escolar.
  2. TDAH tipo hiperatividade/impulsividade: as crianças com prevalência destas duas condições têm dificuldade em perceber que o seu comportamento perturba o ambiente circundante e em avaliar as consequências das suas atitudes. Tendem, por isso, a ser mais agressivas e impulsivas, bem como socialmente inadaptadas, em comparação com as crianças dos outros dois tipos.
  3. TDAH tipo combinado ou misto: apresenta, em simultâneo, características do tipo desatento e do tipo hiperativo-impulsivo. 
hiperatividade Imagem conceptual representativa da tempestade cerebral, em analogia com as descargas elétricas desequilibradas que acontecem no cérebro de uma doente com hiperatividade.

O TDAH tem reflexos negativos na autoestima.

Causas de Hiperatividade

As pesquisas indicam que os doentes com esta condição apresentam um desequilíbrio no sistema que regula a produção de substâncias químicas no córtex pré-frontal, sobretudo da dopamina e noradrenalina, neurotransmissores responsáveis por passar informação entre as células nervosas ou neurónios. O excesso de ondas lentas nesta zona do cérebro vai provocar um défice cognitivo e de regulação das emoções. A ciência ainda não conseguiu explicar a causa deste transtorno. Apenas foi encontrada uma relação genética e neurológica com a síndrome.

Algumas pesquisas também têm tentado provar uma maior prevalência de TDAH em determinadas regiões e ambientes familiares, como por exemplo, em crianças que convivem com pais em discórdia e núcleos familiares com baixa escolaridade, mas estas conclusões ainda não foram cientificamente validadas.

Sintomas de Hiperatividade

A maior ou menor prevalência de determinados comportamentos ou desordens determina que tipo de distúrbio afeta o doente. A distração e a incapacidade de concentração são transversais aos vários tipos de TDAH. Além dos sintomas associados ao distúrbio do défice de atenção, uma criança ou adulto que sofra de hiperatividade tende a apresentar as seguintes manifestações:

  • Agitar as mãos ou os pés e remexer-se na cadeira.
  • Dificuldade em permanecer sentado.
  • Correr excessivamente e em situações desapropriadas.
  • Dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer com tranquilidade e por muito tempo.
  • Agitação constante.

Os principais sinais de impulsividade são:

  • Incapacidade de ouvir e responder nas situações apropriadas.
  • Reações inadequadas à situação, como responder precipitadamente ou antes da pergunta ser concluída.
  • Interromper os outros sem consciência que é uma atitude desadequada.
  • Falar demasiado.
  • Dificuldade em esperar pela sua vez. 

Tratamento de Hiperatividade

Sem exame médico ou genético específico para diagnosticar a doença, a síndrome é facilmente identificada por observação médica e análise psicológica.

Uma vez que a dopamina e a noradrenalina são os neurotransmissores em falta na TDAH, os tratamentos farmacológicos pretendem estimular a sua produção. As anfetaminas, como o metilfenidato, devem ser o último recurso de tratamento em crianças em idade escolar e só são utilizados em associação com a terapia comportamental. O tratamento deve ser interrompido quando o doente não mostra resultados.

Artigo revisto e validado por Isabel Braizinha, especialista em Medicina Geral e Familiar.

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