Alergias infantis: cuidados a ter na primavera

Saúde e Medicina
Última atualização: 15/12/2022
  • Na primavera todos nós, incluindo as crianças, estamos mais expostos aos pólenes, que causam alergias
  • Nos primeiros anos de vida, as alergias são principalmente causadas por pólen, alimentos, pelos de animais domésticos e ácaros.
  • Na primavera, as alergias infantis mais comuns são a asma e a rinite.
  • Para proteger as crianças, evite alturas do ano e do dia e sítios com elevados níveis de pólenes. Nas alturas de maior exposição mantenha as janelas de casa e do carro fechadas.
  • Algumas alergias, como o eczema atópico e algumas alergias alimentares, tendem a melhorar com a idade. A rinite e a asma também se podem controlar com tratamento.

Com a primavera chegam dias mais compridos e luminosos. As alergias, típicas desta época, são o lado menos bom da estação, e também afetam os mais pequenos. Saiba quais as alergias infantis mais comuns e como pode preveni-las, com os esclarecimentos de Alice Coimbra Peixoto, imunoalergologista.

Alergias infantis

Nas crianças as primeiras manifestações de alergias são de origem alimentar, seguindo-se as manifestações respiratórias, como a asma e rinite, causadas principalmente por ácaros e pólenes. O contacto com os alergénios e fatores ambientais, bem como a poluição e fatores genéticos têm um fator determinante para o surgimento das alergias. De acordo com a especialista Alice Coimbra Peixoto, as principais manifestações de alergia variam consoante a idade da criança e os alergénios envolvidos. “Habitualmente a primeira manifestação alérgica é o eczema atópico (dermatite atópica) , que pode aparecer logo no primeiro ano de vida, muitas vezes relacionado com a sensibilização a alimentos ou aeroalergénios tais como os ácaros. Depois, podem aparecer as alergias respiratórias (asma e rinite) que frequentemente estão associados à sensibilização a alergénios domésticos, particularmente aos ácaros, mas também aos grãos de pólen das gramíneas e ervas daninhas”, refere a médica, que aponta ainda a alergia ao pelo dos animais como uma das mais frequentes nos primeiros anos de vida.

 

A dermatite atópica caracteriza-se pela presença de manchas vermelhas e secas nas pregas cutâneas dos braços, atrás dos joelhos e parte da frente do pescoço, que causam prurido e, ao coçar, podem provocar feridas e escamação. A rinite é uma inflamação aguda ou crónica da mucosa do nariz, produzindo um quadro de espirros, olhos lacrimejantes, corrimento nasal, produção excessiva de muco e congestão nasal. A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, provocada pela broncoconstrição (diminuição do diâmetro dos brônquios em consequência da inflamação dos tecidos que revestem as vias aéreas e da secreção de muco) e consequente diminuição de entrada de ar nos pulmões. Nas crianças, os sintomas incluem tosse seca persistente, barulho de assobio ao respirar, dificuldade em respirar ou sensação de aperto no peito.

As alergias infantis e a primavera

Durante esta altura, muitas espécies de plantas entram na fase de floração e, portanto, neste período ocorre uma elevada sensibilização a pólenes, nomeadamente pólenes de gramíneas. Alice Coimbra Peixoto aponta as doenças respiratórias tais como a rinite e a asma como as alergias infantis comuns nesta altura. “Contudo, a sensibilização mais frequente é aos ácaros do pó de casa”, diz a imunoalergologista.

Saiba prevenir

Se é verdade que não é possível eliminar todos os pólenes da atmosfera, a boa notícia é que há medidas que, de acordo com Alice Coimbra Peixoto, “parecem proteger e minimizar os sintomas”. A saber:

  • Consultar o Boletim Polínico: Conhecer os boletins de polinização e estar atento à divulgação nos media das concentrações dos pólenes no ar ambiente.
  • Evitar áreas de elevada polinização.
  • Programar as férias escolhendo a época e local de modo a evitar o contacto com um pólen específico a que a criança seja alérgica.
  • Evitar atividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas, especialmente de manhã cedo. Passeios no jardim, campismo ou desportos ao ar livre aumentam a exposição aos pólenes.
  • Fechar as janelas: Sempre que viajar de carro tenha as janelas fechadas. Assim poderá passear reduzindo significativamente o contacto com os pólenes. Em casa, deverá manter as janelas fechadas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.
  • Usar óculos escuros: A utilização de óculos escuros fora de casa é uma forma eficaz de evitar queixas oculares.

A especialista recorda que, “as doenças alérgicas, nomeadamente a asma, parecem ocorrer mais frequentemente em certas famílias”. Assim, a imunoalergologista dá também algumas dicas para os pais seguirem em casa, de modo a atrasar ou diminuir o aparecimento de alergias nos filhos.

  • Evitar a acumulação de ácaros no quarto da criança – mobiliário simples e roupa de cama facilmente lavável em água quente são essenciais. Devem ser evitados tapetes, alcatifas e reposteiros pesados, peluches e muitos brinquedos acumulados no quarto e nas camas. E a humidade relativa do quarto deve ser reduzida abaixo do 50%.
  • Nos primeiros anos de vida, deve-se evitar ter animais domésticos no quarto de dormir. Ter atenção a possíveis alergias aos animais domésticos existentes em casa.
  • Evitar o fumo do tabaco durante a gravidez – o risco de asma é maior nos filhos de mães fumadoras. Igualmente, a exposição passiva ao fumo de tabaco dentro de casa aumenta o risco de asma e outras doenças respiratórias nas crianças.

Uma criança alérgica nem sempre é um adulto alérgico

A medicação é, para Alice Coimbra Peixoto, a forma mais eficaz de combater os sintomas de alergia, que indica ainda a administração de vacinas antialérgicas como sendo uma forma de prevenção.

Para os pais que, apesar de todos os cuidados, veem os filhos debater-se com crises de alergia a cada nova primavera, a boa notícia é que este cenário pode não ser para sempre, já que algumas alergias tendem a melhorar com a idade. “O eczema atópico tende a melhorar com a idade, e asma e a rinite também se podem controlar com o tratamento”, afirma Alice Coimbra Peixoto, que aponta ainda as alergias alimentares ao ovo e ao leite de vaca como manifestações que podem desaparecer na idade adulta.

Este artigo foi útil?

Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

A presente informação não vincula a AdvanceCare a nenhum caso concreto e não dispensa a leitura dos contratos de seguros/planos de saúde nem a consulta de um médico e/ou especialista.

Downloads

Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis:

Sympton Checker

Utilize a nossa ferramenta de diagnóstico de sintomas.

Programas AdvanceCare relacionados

Artigos relacionados