"Consegui ser mãe"
- O testemunho de uma mulher que pretendia ser mãe e os problemas de infertilidade que teve de enfrentar.
- Os problemas de infertilidade derivavam de um funcionamento anormal num dos ovários, uma obstrução na Trompa de Falópio e de um útero com endométrio fino.
- Para ultrapassar os obstáctulos conhecidos foi sujeita a vários tratamentos de infertilidade, muitos deles sem efeito. Seguiram-se outros tratamentos, sendo um deles a injeção intracitoplasmática. Este último originou uma gravidez trigemelar.
- Após 1 ano da primeira gravidez, e como resultado do desuso da contraceção, engravida pela segunda vez do quarto filho, contra todas as probabilidades.
Conheça o testemunho de uma mulher que sonhava ser mãe, mas que ao tentar deparou-se com um problema de infertilidade. Saiba como conseguiu ultrapassar este obstáculo e engravidar. Hoje é mãe de quatro crianças.
Quando decidi ser mãe comecei a fazer todos aqueles planos que as futuras mamãs fazem, se iria ter um menino, uma menina… No entanto, depois de um ano a tentar, não conseguia engravidar. E aí pensei que poderia ter algum problema.
Fui ao médico e comecei a fazer testes. Contudo, não era possível descobrir a causa para a minha suposta infertilidade.
Depois de 8 anos a fazer tratamentos de fertilização (medicação para a estimular a ovulação, fertilizações e ICSI- Intracytoplasmic Sperm Injection), que são extremamente difíceis, tanto a nível físico como psicológico, e que nos provocam um desgaste imenso enquanto mulheres, consegui finalmente obter um diagnóstico.
O médico aconselhou-me a fazer um exame denominado histeroscopia (procedimento endoscópio utilizado para avaliar a cavidade uterina) de forma a analisar o problema. O resultado ditou que eu tinha apenas um ovário a funcionar e uma Trompa de Falópio obstruída.
Para além disso, o meu útero tinha muito pouco endométrio, membrana mucosa que reveste o interior do útero e, por isso a nidação dos embriões só seria possível se colocados em locais específicos com mais endométrio (a nidação consiste na implantação do embrião no endométrio). Nessa altura fiquei muito feliz, pois ao menos já era possível saber qual o meu problema e talvez encontrar uma solução.
Depois dos tratamentos propriamente ditos seguia-se a pior parte, a tristeza de descobrir que mais uma vez o tratamento não tinha resultado numa gravidez, o que criava em mim uma frustração e uma sensação de impotência face ao problema.
Mas consegui sempre encontrar forças para continuar. Ao meu lado tive sempre o meu marido. Era ele que me animava nos momentos mais difíceis. Ele conseguia sempre transmitir-me confiança e a certeza de que iríamos conseguir alcançar o nosso objetivo – ser pais! Foi nele que encontrei sempre a vontade de não desistir, ainda que por vezes fosse bastante difícil.
Os primeiros tratamentos que fiz consistiam na toma de comprimidos para potenciar a ovulação. Sem obter resultados, passei para as fertilizações e finalmente para a ICSI (injeção intracitoplasmática, que se inclui no tratamento da fecundação in vitro).
No último tratamento a que fui submetida foram colocados dois embriões por fertilização e dois embriões por ICSI. Ambos os processos resultaram, o que originou uma gravidez trigemelar.
Relembro o dia em que descobri que estava grávida, foi o dia mais feliz da minha vida. Quem me deu a notícia foi uma grande amiga, que por sinal é enfermeira.
Recordo, como se fosse hoje, quando ela me ligou e disse: “Minha querida, tu não estás grávida, estás gravidíssima!
E estava… de trigémeos. Senti uma emoção que não sei descrever. Chorei de alegria durante horas e liguei ao mundo inteiro a contar a boa nova. Afinal, era algo que desejava há muito tempo e naquele dia senti que ia conseguir – ia ser mãe.
Nem tudo foi fácil. Tive uma gravidez de risco, pelo que estive deitada durante 34 semanas, em repouso total, mas tudo correu da melhor forma. Aos 33 anos tive três filhos lindos (duas meninas e um menino) e saudáveis.
Depois dos bebés nascerem, o meu médico disse-me que não teria de me preocupar com a contraceção, pois engravidar naturalmente seria tão difícil como ganhar o euromilhões. Pois, a verdade é que ganhei mesmo o “euromilhões”… Um ano depois dos trigémeos nascerem descobri que estava grávida, novamente. Fiquei em choque, mas feliz!
Ao contrário da anterior, esta gravidez foi fantástica e tranquila, da qual nasceu um menino lindo e rechonchudo.
Para lidar com este problema o conselho que deixo é, acima de tudo, ter muita esperança. É importante falar do problema com naturalidade, conversar com pessoas que tenham passado pelo mesmo e ter um companheiro ao nosso lado que nos ame e que tenha muita paciência.
Testemunho:
Marta Viana, 43 anos, Lisboa
Sabia que:
- O útero pode expandir cerca de 500 vezes o seu tamanho normal ao longo da gravidez.
- Contrariamente ao que se diz, não se deve comer o dobro para ter uma gestação saudável. Segundo um estudo publicado pelo S. National College of Medicine, uma mulher grávida deve ingerir apenas 300 calorias extra, diariamente, na dieta.
- A gravidez pode alterar a perceção de gostos e cheiros. Estas alterações devem-se principalmente às mudanças hormonais a que as mulheres grávidas estão sujeitas. Esta é uma das possíveis razões para “os desejos” que muitas gestantes sentem em consumir alimentos em específico.
- A cor da pele pode sofrer alterações durante o período de gravidez. Novamente, por conta das alterações hormonais que ocorrem neste período. Isto é devido à quantidade de melanina (pigmento que dá cor à pele) variar durante a gravidez. A mudanças que ocorrem incluem o escurecimento dos mamilos e a pele do rosto com manchas (conhecidas como melasma).
- Um novo órgão é produzido durante a gravidez, a chamada placenta. Uma das funções deste órgão é passar os nutrientes e oxigénio da corrente sanguínea da mãe para o feto em crescimento. Além desta função, a placenta também ajuda a proteger o bebé de infeções e a limpar os resíduos do seu organismo.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
Downloads
Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis: