Dicas para combater as dores no corpo

Saúde e Medicina
Última atualização: 19/01/2023
Dicas para combater as dores no corpo

O stress tende a acumular-se durante todo o ano e pode fazer sentir-se nos músculos e articulações. Aprenda a reconhecer estas manifestações e como combatê-las no dia a dia, com a ajuda de Catarina Resende, reumatologista.

As marcas do pouco cuidado com o nosso bem-estar

Má postura, rotina, falta de sono, pouco ou nenhum exercício físico. Temos pouco cuidado com o nosso corpo e, dia após dia, semana atrás de semana, este “descuido” acaba por deixar marca. Dores no corpo e articulações, cansaço generalizado e até falta de memória fazem temer algum problema físico grave, mas são, na maioria das vezes, sintomas do stress diárioansiedade acumulados.

As dores pelo corpo todo

“No serviço de reumatologia, grande parte dos doentes surge-nos na consulta por causa dessas dores inexplicáveis”, diz Catarina Resende. “É a dor produzida pela ansiedade, pela depressão, pelo stress. O doente — que tanto pode ter 18, como 60 ou 70 anos — sente dores pelo corpo todo, de uma forma que nem sempre lhe é fácil de explicar: “Dói-me tudo, da cabeça aos pés”, “tenho dores pelo corpo todo”, “doem-me as articulações todas”, explica a reumatologista.

Muitas vezes, quando chegam ao consultório, os doentes já fizeram vários exames e recorreram a diferentes especialidades. “Como a dor não passa, as pessoas acabam por entrar num estado de ansiedade — o que é que eu tenho?! Correm todos os médicos, fazem exames — que se mostram inconclusivos. Mas por vezes, com perguntas muito óbvias, na consulta percebemos o que é que o doente tem: se se trata de uma doença reumática, inflamatória — como a artrite reumatoide — ou se as dores são fruto da ansiedade e da rotina da pessoa”, diz Catarina Resende.

Nestes casos, cabe ao médico avaliar o quotidiano do paciente: trabalho, vida pessoal, posição que mantém ao longo do dia, prática de exercício físico… “Existe o fator stress, mas muitas vezes também a rotina é determinante. E as pessoas não fazem nada pelo bem do corpo: têm posições erradas, dormem mal, não corrigem a postura… E isto leva a que a dor não alivie”, diz a reumatologista.

As alterações dos neurotransmissores

Enquanto nas doenças reumáticas ou autoimunes há fatores conhecidos que provocam a cascata da inflamação, nestes casos, isso não acontece. “O que sabemos é que os doentes têm alterações das neuro-endorfinas — os neurotransmissores do bem-estar, como a melatonina ou a serotonina — que também acabam por provocar um cansaço generalizado. E isso é algo que não aparece nas análises”, explica Catarina Resende.

 

Sinais de alarme

Os sintomas podem incluir dor em zonas muito específicas como os ombros, a zona lombar ou as pernas, picadas, e dormência dos músculos. Por vezes conseguem ser aliviados com fármacos que atuam sobre os neurotransmissores e o doente é encaminhado para outra especialidade, como a psiquiatria.

 

Reeducar os comportamentos

Mas não há fármacos que eliminem os fatores que originam o stress, pelo que a reeducação dos comportamentos é fundamental. “Temos de explicar ao doente o que não faz bem. Há que reeducá-lo. Corrigir a postura, fomentar o exercício físico como pilates e hidroginástica — algo que mobilize os músculos”, diz a reumatologista. “Muitas vezes, ao início, os doentes dizem que não conseguem, por causa das dores. Mas é melhorando a condição física e educando o corpo que o doente vai percebendo que melhora. Além do exercício físico, sou ainda apologista dos alongamentos”, afirma Catarina Resende.

Conselhos para reduzir a dor de corpo generalizada

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido tem alguns conselhos para ajudá-lo a reduzir ou a controlar a chamada “dor de corpo generalizada”, quer esta seja derivada de stress crónico ou alguma doença crónica:

- Exercício leve/moderado. Nos dias com bom tempo (que são a maior parte em Portugal), aproveite para começar a fazer algum tipo de exercício gradualmente, como caminhar ou correr, ao ar livre. Assim, consegue lutar contra a vida sedentária.

- Respire corretamente. Tentar respirar normalmente pode ajudar a dor a diminuir no momento, pois irá ajudá-lo a sentir-se mais em controlo da situação. Mantém-se relaxado, evitando qualquer tensão muscular ou ansiedade piore a sua dor.

- Leia livros e folhetos sobre dor. Procure informação sobre como controlar a sua dor online ou peça ao seu médico recomendações de livros sobre o assunto.

- Aconselhamento com um profissional. Lidar com dor diariamente ou mesmo esporadicamente pode-se tornar difícil. Marcar uma consulta com um psicólogo pode ajudá-lo a lidar com as suas emoções em relação à sua dor.

- Distraia-se. Dedique-se a algum hobby que implique pouco movimento para se distrair da sua dor.

- Compartilhe sua história. Partilhar a sua experiência com alguém que se identifique com a sua história é benéfico na maneira que a sua experiência não é única.

- Mantenha uma rotina normal de sono. Apesar de às vezes ser complexo, pessoas com dor crónica devem fazer os possíveis para manter uma rotina de sono saudável e adequada.

- Mantenha contacto com amigos e familiares. A dor pode ser um fator isolante na sua vida. Os seus entes queridos só querem o seu bem e manter o contacto com eles contribui para o seu bem-estar geral.

- Relaxe. Tente técnicas de respiração ou meditação para tentar relaxar ao máximo.

 

O exercício físico, devidamente compensado com o trabalho de massagem e alongamento, feito semanalmente, acaba por ajudar a quebrar a rotina e liberta os pontos de tensão associados à dor.

“No dia a dia o essencial é quebrar a rotina, corrigir posturas, dormir bem e apostar no exercício físico. E isso passa por reeducar os comportamentos”, garante Catarina Resende.

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