Difteria vem do grego diphthera, que significa “par de fitas em couro”, uma alusão à pseudomembrana que se torna visível no fundo da boca dos doentes.

A difteria é uma doença infectocontagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium  diphtheriae, que provoca inflamação e lesão nas vias respiratórias (amígdalas, faringe, laringe, traqueia, brônquios, nariz) e, por vezes, na  pele.

A bactéria não é invasiva e limita-se à multiplicação na faringe. Contudo, a libertação da toxina através do sangue, torna os efeitos sistémicos da doença como potencialmente mortais. A bactéria aloja-se nas vias aéreas superiores, formando uma placa diftérica na orofaringe (pseudomembrana), que se apresenta com uma coloração branco-acinzentado/ branco-amarelada e que recobre as amígdalas.

A toxina não se encontra presente em todos os bacilos Corynebacterium diphteria e, para que esta seja produzida é necessário que as bactérias se encontrem, elas próprias, infetadas por um fago (que contem o gene da toxina). A produção da toxina e sua liberação sanguínea levam à morte celular, principalmente nos órgãos de alta perfusão, como fígado, rins, glândulas suprarrenais, coração e nervos. Nos casos de insuficiência orgânica, por haver risco de morte.

difteria Bactéria responsável pela Difteria, alojada na garganta.

A difteria é uma doença infectocontagiosa.

A infeção pode estender-se às fossas nasais, laringe, traqueia e brônquios e os sintomas da intoxicação sistémica incluem cardiomiopatia, hipotensão, paralisia de músculos e de nervos sensitivos.

A mortalidade total é de 5-10%, subindo para 20% em crianças pequenas e adultos com mais de 40 anos.

Antes do aparecimento das vacinas, a difteria foi uma das doenças mais temidas.

A epidemia mundial na década de 1920, causou entre 13 000 a 15 000 mortes por ano só nos Estados Unidos da América. A falta de tratamento levou à morte de 40 a 50% dos pacientes, que morriam por insuficiência respiratória, cardíaca ou renal.

Causas de Difteria

A bactéria é transmitida através da saliva da pessoa infetada (tosse, espirros ou gotículas que se espalham no ar, ou ainda através do contacto com a pele contaminada).

Muitos dos portadores não têm sintomas e infetam as outras pessoas sem que o saibam. A transmissão aumenta em épocas frias e de chuva.

Sintomas e Sinais de Difteria

  • Dor e inflamação de garganta.
  • Febre de 38 a 40°C.
  • Dificuldade de respirar.
  • Tosse.
  • Cansaço.
  • Catarro.
  • Manchas vermelhas na pele.
  • Dificuldade e dor ao engolir.
  • Dor de cabeça.
  • Náusea.
  • Gânglios do pescoço aumentados.

Caso não seja tratada, as toxinas da bactéria podem causar asfixia (a pseudomembrana de pus que recobre as amígdalas pode, devido às suas exotoxinas e endotoxinas, provocar uma inflamação localizada e desenvolver um edema maciço da mucosa, provocando obstrução. Este edema é denominado “pescoço de touro”, facto que oclui o lúmen da via respiratória, levando à asfixia, sobretudo em crianças pequenas.

Caso não tratada, a bactéria pode provocar infeção cardíaca (miocardite), assim como problemas neurológicos (paralisia nos olhos, pescoço, garganta ou músculos do aparelho respiratório) e ainda renais.

Diagnóstico e Tratamento de Difteria

O diagnóstico é, na maioria das vezes, realizado através da observação clínica e de cultura (após recolha de amostras da expetoração). Não é recomendado romper a membrana, pois isso espalha as toxinas e agrava os sintomas.

O diagnóstico realiza-se também por identificação da toxina (através do teste de Elek).

No que respeita ao tratamento, em caso de haver obstrução pelo exsudado, deve-se proceder à traqueostomia (incisão da traqueia para o exterior).

Nos restantes casos, administra-se antídoto, que é constituído por anticorpos recombinantes humanos, que inativam a toxina no sangue.

São também usados antibióticos, especialmente a penicilina e eritromicina, para destruir as bactérias produtoras da toxina

A prevenção, através de vacina, evita a infeção pela bactéria que provoca a doença, atualmente rara nos países com sistemas de vacinação eficientes.

Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

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