A insónia é a perturbação do sono que ocorre com mais frequência. A insónia leva o indivíduo a dormir mal e a descansar pouco, por mais que tente dormir. Consiste numa dificuldade persistente em adormecer em menos de 30 minutos e/ou de manter a continuidade do sono, despertando, por vezes, muito antes da hora. A maioria das pessoas precisa, em média, de 7,5 horas de sono.

A insónia é frequentemente associada a dificuldades de concentração e cansaço durante o dia. A ausência de um sono reparador dificulta o raciocínio, a atenção, a perceção e a conceção de ideias. A insónia aguda, ocasional, de curta duração, atinge cerca de 30% da população adulta. Períodos mais prolongados de insónia, característicos da insónia crónica, afetam cerca de 10% da população, com uma frequência maior em indivíduos com mais de 60 anos de idade.

A sonolência diurna excessiva é um indicador importante de que se sofre de sono insuficiente (privação do sono) ou que se tem o sono fragmentado (perturbação de sono). As perturbações do sono são muito comuns e são graves pelas consequências que provocam a nível de saúde física e mental.

A Classificação Internacional das Desordens do Sono, criada pela Academia Americana da Medicina do Sono, classifica a insónia como:

  • De ajuste (aguda) – relacionada com uma situação de stress. Melhora quando o indivíduo se ajusta à situação. Não ultrapassa o limite máximo de três meses.
  • Psicofisiológica – associada a uma preocupação e ansiedade excessivas do indivíduo face ao seu problema de sono. O indivíduo tem dificuldade em adormecer às horas normais, mas pode adormecer involuntariamente fora delas e em qualquer outro local (a ansiedade face ao problema de sono leva a um condicionamento comportamental relativamente ao espaço em que o indivíduo normalmente dorme).
  • Paradoxal – o paciente apresenta os sintomas de quem sofre de insónias, mas os exames de diagnóstico não confirmam o problema.
  • Idiopática – não há uma causa evidente, mas o problema é detetado e confirmado por exames complementares de diagnóstico.
  • Higiene de sono inadequada – os horários de sono são irregulares ou desadequados. Pode haver consumo de substâncias que potenciem a insónia como cafeína, álcool, medicamentos e outras drogas.
  • Comportamental da criança – em casos em que o ato de adormecer é muito prolongado e se faz acompanhar de muitas exigências e da complacência excessiva dos pais.
  • Situacional – quando, por exemplo, se dorme fora de casa. O calor ou a altitude extrema podem constituir, de igual forma, a causa da insónia.
  • Secundária a doença – algumas doenças podem afetar o sono na medida em que os seus sintomas se manifestam mais durante a noite.
  • Secundária a abuso de drogas – como é o caso da heroína, cocaína, álcool e drogas estimulantes.

Causas da Insónia

Primárias

As causas da insónia estão associadas a fatores internos do organismo:

  • Apneia do sono.
  • Movimentos involuntários.

 

Secundárias

Perturbações emocionais:

– Ansiedade.
– Nervosismo.
– Depressão.
– Temor.

Perturbações ambientais:

– Ausência de um ambiente adequado ao descanso.

Perturbações comportamentais: 

– Consumo de fármacos.
– Consumo de cafeína.
– Consumo de nicotina.
– Consumo de álcool.
– Consumo de outras drogas.
– Horários de sono desajustados (é frequente nas pessoas que trabalham por turnos).

Sintomas de Insónia

- Incapacidade de adormecer (ou demorar mais de 30 minutos).
- Acordar muitas vezes durante a noite.
- Acordar muito cedo de manhã.
- Ter um sono não reparador.
- A pessoa não consegue dormir, apesar de ter condições para o fazer.

Para se diagnosticar insónia, estes sintomas precisam de estar presentes durante pelo menos um mês e interferir com o humor e/ou atividades.

Tratamento da Insónia

A modificação de alguns hábitos que interferem com a insónia ou o recurso a medicação específica ajudam a combater a insónia. Os episódios de insónia aguda, caso durem mais de alguns dias, devem ser tratados para prevenir a sua evolução para a cronicidade.

Algumas medidas ajudam a controlar e a combater a insónia:

  • Prática regular de exercício físico durante o dia, mas evitando a sua prática três ou quatro horas antes de dormir.
  • Criar alguma rotina nos hábitos de sono, adotando um horário regular para ir dormir e para acordar no dia seguinte (incluindo fins de semana).
  • Evitar a ingestão de álcool, cafeína e nicotina ao longo do dia e, particularmente, nas últimas horas antes de ir para a cama.
  • Evitar refeições pesadas e ricas em gordura no período da noite, uma vez que são mais difíceis de digerir e perturbam o sono.
  • Criar um ambiente calmo e propício ao repouso.
  • Ir para a cama apenas quando se tem sono. Se demorar mais de vinte minutos a adormecer, deve levantar-se e realizar qualquer tarefa relaxante até voltar a sentir sono.
  • Quando a insónia não ceder às medidas gerais de higiene do sono, deve ser tratada através de técnicas de relaxamento ou através de medicação adequada. 

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