9 factos sobre a anemia
- A anemia acontece quando os valores da hemoglobina, que tem a função de transportar o oxigénio dos pulmões para os tecidos, apresenta valores inferiores ao normal
- A anemia pode afetar qualquer pessoa, contudo é mais frequente nas mulheres em idade fértil e nas crianças, bebés e idoso.
- A falta do mineral ferro é uma das causas principais da anemia.
- Esteja atento aos sintomas mais frequentes, saiba como diagnosticar esta patologia e os tratamentos disponíveis.
A anemia é uma doença muito mais comum do que podemos pensar. Existem várias pessoas que já sofreram ou sofrem de anemia devido a várias causas, descubra quais são.
O que é a anemia?
A anemia é uma patologia em que a hemoglobina (pigmento que dá cor aos glóbulos vermelhos e tem a função de transportar o oxigénio dos pulmões para os tecidos) apresenta valores inferiores ao normal.
A falta do mineral ferro é uma das causas principais da anemia, sendo que o nosso organismo absorve um a dois miligramas de ferro diariamente através dos alimentos, quantidade equivalente à que também perde normalmente por dia.
Quem é mais afetado pela anemia?
Trata-se de uma doença comum que pode afetar qualquer pessoa, no entanto, é mais frequente em mulheres em idade fértil, devido à perda de sangue durante a menstruação. Os bebés, crianças e idosos figuram também nos grupos de risco, devido à ingestão e absorção deficitária de ferro.
Impacto mundial
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a anemia é “um grave problema de saúde pública global”, que afeta principalmente crianças pequenas e mulheres grávidas, estimando a OMS que “42% das crianças com menos de 5 anos de idade e 40% das mulheres grávidas em todo o mundo têm anemia”.
Ainda segundo a OMS, a anemia é um indicador de má nutrição e saúde precária. É um problema em si mesma, podendo ter impacto no baixo peso ao nascer ou obesidade infantil devido à falta de energia para poder realizar exercício físico. O desempenho escolar em crianças e a redução da produtividade no trabalho em adultos devido à anemia pode ter igualmente um elevado impacto social e económicos para o indivíduo e a família.
Dados sobre a anemia em Portugal
O Anemia Working Group Portugal — Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia, à semelhança da OMS, também considera a anemia como um “problema de saúde pública”, tendo este grupo vindo a trabalhar com “o objetivo central de posicionar a anemia na plataforma de importância que tem, enquanto entidade clínica própria, e pelo impacto que assume no contexto de outras patologias, com vista à constituição de um centro de competência para o estudo desta epidemia oculta nas suas diversas vertentes”.
Segundo este grupo, que é constituído por médicos de várias especialidades, os valores da prevalência em Portugal são os seguintes:
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Anemia no adulto: 20%.
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Anemia na grávida: 54%
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Ferropénia no adulto (ferritina <30mg/ml): 32%
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Ferropénia na grávida: 41%
Causas da anemia
Existem três causas principais para a anemia:
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Hemorragia: Perda excessiva de sangue devido à menstruação; perda de sangue por problemas gastrointestinais provocados pela toma de medicamentos, lesões, cirurgia ou outras patologias como úlceras, cancro.
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Produção deficitária de glóbulos vermelhos: Pode ser inata ou adquirida, devido a uma dieta deficitária (pobre em ferro, vitaminas B e C), gravidez, desequilíbrios hormonais, doenças crónicas como a insuficiência renal e tratamentos contra o cancro ou VIH/Sida. Existe ainda uma patologia rara — anemia aplástica — na qual a medula não produz a quantidade se células sanguíneas suficientes. É uma situação congénita e grave que requer tratamento médico hospitalar (transfusão ou transplante de medula).
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Destruição excessiva de glóbulos vermelhos (hemólise): Pode ter origem em problemas no baço, no sistema imunitário ou devido a infeções, entre outros.
Sintomas da anemia
Nos casos mais ligeiros ou em fases iniciais da doença, os sintomas podem passar despercebidos e ser apenas detetados em análise ao sangue. De um modo geral, a anemia está associada aos seguintes sinais:
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Fadiga.
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Fraqueza.
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Tonturas.
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Falta de ar durante a prática de exercício físico.
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Palidez.
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Dor no peito.
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Mãos e pés frios.
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Deformação nas unhas.
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Alopecia (queda cabelo).
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Amenorreia (ausência de menstruação).
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Arritmia.
Como é diagnosticada?
O diagnóstico é feito através da observação clínica, da análise do historial do paciente e da realização de análises ao sangue (Hemograma), onde são relacionados os valores dos constituintes do sangue (Glóbulos Vermelhos, Hemoglobina, Hematócrito, entre outros).
Tratamento da anemia
O tratamento da anemia pode incluir várias abordagens, dependendo do problema que está na origem da doença, nomeadamente:
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Alteração da dieta alimentar e toma de suplementos de modo a suprir as deficiências em ferro, vitaminas (C, B e B12) e minerais associados à anemia: os suplementos podem demorar entre três a seis semanas até fazerem efeito. Devem-se fazer análises periódicas ao sangue.
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Em casos mais graves poder-se-á recorrer à transfusão de sangue, transplante de medula óssea e à cirurgia para corrigir situações de perda intensa de sangue devido a úlceras ou neoplasia, ou para remover o baço.
Alimentos ricos em ferro
Segundo o National Health Service, do Reino Unido, boas fontes de ferro incluem:
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Fígado
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Carne vermelha
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Feijão
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Grão-de-bico
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Nozes
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Frutas secas — como damascos secos
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Cereais matinais fortificados
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Farinha de soja.
Quanto ferro eu preciso?
A quantidade de ferro indicada para as várias faixas etárias é a seguinte:
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8,7 mg por dia para homens com mais de 18 anos.
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14,8 mg por dia para mulheres de 19 a 50 anos.
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8,7 mg por dia para mulheres com mais de 50 anos.
Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar, José Ramos Osório.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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