Cancro do pulmão: Sabe identificar os sinais de alarme?

Cancro
Última atualização: 25/07/2022
  • O cancro do pulmão é silencioso e, na maioria das vezes, os pacientes chegam em estadios avançados. É fundamental compreender os fatores de risco associados e atuar de forma preventiva.
  • Este tipo de cancro apresenta diferentes sinais e sintomas que podem ser facilmente confundidos com outras patologias, como tal, é importante não ignorar os mesmos.
  • Os fumadores e ex-fumadores devem estar particularmente atentos e realizar análises e exames de rotina que permitam identificar lesões em estadios iniciais.
cancro do pulmão

O cancro do pulmão é a segunda causa de morte por doença oncológica em Portugal, um cenário justificado pelo seu diagnóstico tardio e tratamento num estado avançado. O importante é saber reconhecer quais os possíveis sinais e sintomas!

A luta contra o cancro é uma responsabilidade de todos e para todos, desde a promoção da literacia sobre o tema, a mudança de estilos de vida e a implementação de ferramentas de diagnóstico precoce. O cancro do pulmão não é exceção e, na realidade, deve ser encarado com uma grande seriedade. Este tipo de cancro conta com a maior incidência a nível mundial – por ano, com uma taxa de incidência de 11,5% e uma taxa de mortalidade de 18,3%.

 

Em Portugal, refere a Fundação Champalimaud, este tipo de cancro mata cerca de 3500 pessoas por ano, sendo a maior causa de morte oncológica nos homens e a 4ª nas mulheres. Números que são alarmantes, mas que refletem ainda a importância de antecipar o diagnóstico precoce.

Fatores de risco

Os diferentes tipos de cancro têm diferentes fatores de risco e o cancro do pulmão não é exceção. Além disso, ter um ou vários fatores não significa que uma pessoa vá desenvolver a doença, contudo, a prevenção é a melhor ferramenta:

  • O principal fator de risco é o tabagismo, referindo que 85% a 90% dos casos de cancro do pulmão ocorrem em fumadores. Além disso, os fumadores, mesmo que deixem de fumar, têm sempre um risco maior de desenvolver cancro do pulmão do que pessoas que nunca fumaram. Por outro lado, a exposição passiva ao fumo do cigarro também é um fator de risco.
  • A poluição atmosférica, devido à combustão produzida pelos veículos a motor ou aos gases emitidos por máquinas industriais, e à exposição a substâncias como o gás radão e o amianto podem estar na origem desta patologia.
  • A ocupação laboral, mediante as condições do local de trabalho, poderão também ser responsáveis, conforme referido anteriormente. Em que a exposição a substâncias, misturas e partículas inaladas são responsáveis por 1 em cada 10 mortes por cancro do pulmão;
  • Como em muitas formas de cancro, a existência de uma predisposição genética facilita a ocorrência de alterações celulares que conduzem à doença. Pessoas com tuberculose, silicose ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) também são mais suscetíveis.

Sinais e sintomas

A deteção precoce do cancro do pulmão é dificultada pelo facto de, muitas vezes, os sinais e sintomas demorarem anos a desenvolver-se e só se manifestarem num estadio avançado da doença. Por outro lado, estão longe de ser inequívocos, sendo necessário despistar outras causas, como tumores benignos.

Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e a Lung Cancer Org, podem ser sinais e sintomas de cancro do pulmão:

  • Tosse, sobretudo se for persistente e piorar com o tempo.
  • Dor constante no peito, ombro ou costas.
  • Tosse acompanhada de sangue.
  • Alterações da cor ou volume da expetoração.
  • Falta de ar, asma ou rouquidão.
  • Respiração sonora (estridor).
  • Problemas recorrentes, como pneumonia ou bronquite.

Quando a doença se dissemina pode dar lugar a sintomas mais gerais:

  • Inchaço do pescoço e rosto.
  • Perda de apetite ou de peso sem causa aparente.
  • Fadiga.
  • Fraqueza extrema e perda muscular.
  • Dores de cabeça, nos ossos ou articulações.
  • Fraturas ósseas não relacionadas com acidente.
  • Sintomas neurológicos (marcha instável, perda de memória).
  • Hemorragia, coágulos sanguíneos.

Antecipar o diagnóstico

O cancro do pulmão não causa dor, como não tem inervação sensitiva. Um cenário alarmante que explica o facto de este cancro ser silêncioso e que a maioria dos pacientes chegue em estadios avançados aos serviços de saúde ou por intermédio de outros exames que possam ter realizado. Para este tipo de cancro, que conta com 4 estadios, 75% dos casos já são diagnosticados estadios 3 e 4. Sendo que, na maioria das vezes, já não é possível realizar qualquer tipo de cirurgias. Um facto justificado pela inexistência, em alguns casos, de relação entre os sinais e sintomas, segundo a LPCC.

Perante esta realidade, é essencial procurar um especialista perante qualquer tipo de alteração de saúde que possa ser revelante, realizar análises de rotina e, se apresentar antecedentes familiares, realizar exames mais extensos. O diagnóstico precoce é essencial para maximizar as possibilidades de tratamento bem-sucedidas do cancro do pulmão.

Formas de diagnóstico

Para um diagnóstico eficaz, a pesquisa das causas dos sintomas passa pela avaliação da história clínica individual e da história familiar de cancro, bem como pelo exame físico do doente. Além disso, existem exames auxiliares de diagnóstico.

Em caso de suspeita de cancro do pulmão, para confirmar o diagnóstico, o especialista deve realizar uma biópsia com uma pequena amostra de tecido do pulmão. Esta amostra pode ser obtida através de:

  • Broncoscopia: o médico insere um broncoscópio dentro da boca ou nariz e "empurra-o" através da traqueia, para ver as passagens de ar.
  • Aspiração por agulha: é inserida uma agulha no tumor, através do peito, para remoção de uma amostra de tecido.
  • Toracocentese: usando uma agulha, o médico remove uma amostra do fluido que envolve os pulmões, para procurar células cancerígenas.
  • Toracotomia: a cirurgia para abrir o peito é, algumas vezes, necessária para diagnosticar o cancro do pulmão.

Fumadores: alerta!

Por serem um grupo de risco, os fumadores e ex-fumadores devem estar especialmente atentos e fazer consultas periódicas que permitam identificar lesões de forma precoce.

A deteção precoce do cancro do pulmão permite reduzir a sua mortalidade em 20%, pelo que, é fulcral estar atento a eventuais sinais e sintomas e ir ao seu médico regularmente, sobretudo no caso de fumadores e ex-fumadores. Estar atento aos sintomas e ter uma atitude preventiva, adotando um estilo de vida saudável é a melhor forma de evitar o cancro: pratique exercício, tenha uma alimentação equilibrada, limite o consumo de bebidas alcoólicas e acima de tudo, não fume – há muito boas razões para não o fazer.

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