Cancro e exercício físico
- A probabilidade de uma pessoa ter cancro está muitas vezes relacionada com as escolhas de estilo de vida que ela faz, desde tabagismo, alimentação até mesmo a frequência de exercício físico;
- Existem estudos em que demonstraram que a prática regular de exercício físico pode ajudar na prevenção de certos tumores, assim como a diminuição do risco de obesidade (um fator que é potenciador de cancro);
- A prática de exercício físico para um doente oncológico também é benéfica, sendo aconselhável durante e após os tratamentos;
- Consoante o tipo de cancro e tratamento utilizado, o exercício físico é diferente.
A atividade física moderada e sempre sob a orientação de um especialista, é benéfica para os doentes com cancro. Atualmente, a aposta num estilo de vida saudável é fundamental para prevenir esta doença. Saiba quais são os principais benefícios.
Cancro e estilo de vida
Atualmente, sabe-se que um estilo de vida saudável é fundamental para a prevenção de doenças do foro cardiovascular, metabólico, respiratório, imunitário, entre outros. A incidência global do cancro deverá aumentar substancialmente durante as próximas décadas. Esta tendência é muito impulsionada por um aumento dos cancros relacionados com o estilo de vida, devido às transições económicas e demográficas a nível mundial. Os fatores relacionados com o estilo de vida, como o tabagismo, o consumo de álcool, a obesidade, a dieta e a inatividade física, e também os fatores reprodutivos e hormonais são considerados como as causas de cancro e principais alvos da prevenção primária. Embora o tabagismo, que pode ser responsável por cerca de 20% a 30% de todos os cancros incidentes, seja claramente o fator de risco global mais forte relacionado com o estilo de vida, seguido pelo consumo de álcool e obesidade, a importância de fatores específicos para tipos e subtipos individuais de cancro varia muito. Notavelmente, tem sido argumentado que metade de todos os cancros em sociedades industrialmente desenvolvidas e afluentes poderiam ser evitados através do não fumador, da redução do consumo de álcool, do controlo do peso e da atividade física, de uma dieta baseada em plantas, e da amamentação. Muitas neoplasias são então também explicadas por fatores ambientais que vão desde o sedentarismo à alimentação incorreta. Cerca de 35% das situações de neoplasia é atribuível a fatores dietéticos e 30% ao tabagismo.
Prevenir através do exercício físico
O exercício físico não evita nem cura o cancro, mas talvez possa prevenir algumas formas de tumores. Investigadores consideram que o exercício pode prevenir certos tipos de cancro, como o cancro do cólon, cancro da mama e cancro da próstata (e outros, como o cancro do útero). Existem estudos que referem que o exercício reduz em 50% o risco de cancro do cólon.
Exercício físico e cancro
A investigação mostra que para a maioria das pessoas o exercício físico é seguro e útil antes, durante e depois do tratamento do cancro. Pode ajudar a melhorar a sua qualidade de vida, assim como a energia que tem para fazer as coisas de que gosta. A atividade física pode também ajudá-lo a lidar com os efeitos secundários do tratamento e possivelmente diminuir o risco de novos cancros no futuro. Demasiado tempo passado a descansar ou sentado pode causar perda da função corporal, fraqueza muscular, e redução do alcance de movimento.
Nos homens ativos, o exercício diminui a exposição à testosterona, o que poderá contribuir para a redução da probabilidade de desenvolver cancro da próstata. Nos estudos realizados com atletas, demonstrou-se que as concentrações de testosterona estão diminuídas nos atletas treinados. A realização repetida de exercícios pode diminuir os níveis sanguíneos de testosterona. No entanto, de acordo com dados provenientes de pesquisas realizadas, é prudente estimular os doentes com cancro a realizar exercício físico moderado diariamente, evitando exercícios intensos.
Precauções e benefícios
A prática de exercício físico por parte de doentes com cancro deve
ser equacionada, devido aos seus inúmeros benefícios, desde que planeada e orientada por especialistas do exercício
devidamente certificados, atendendo às diretrizes aconselhadas pelas organizações de referência.
Os benefícios
do exercício físico podem ser observados do ponto de vista psicológico e fisiológico. Está comprovado que reduz a ansiedade e a depressão, aumenta o vigor,
competência física, autoestima e autocontrolo. As pessoas que praticam uma atividade física regular relatam uma
melhoria da qualidade de vida. Em termos de efeitos fisiológicos, destacam-se a melhoria da capacidade funcional,
aumento da força muscular e flexibilidade, melhoria da composição corporal (mais músculo e menos gordura corporal),
aumento dos níveis de hemoglobina e da atividade das células imunitárias, tal como redução da fadiga, náuseas,
vómitos e diarreias, tão frequentes em doentes com cancro.
Saiba mais…
Segundo um estudo realizado, a realização de 3 horas de caminhada por semana resulta em menos 17% de casos de cancro do cólon (Colditz et al, 1997).
Doentes com cancro e exercício físico
O American College of Sports Medicine recomenda, para doentes com cancro, as seguintes diretrizes:
- Praticar exercício do tipo aeróbico como marcha ou bicicleta (no caso de doentes com cancro de próstata, a bicicleta pode-se mostrar inadequada devido à agressividade dos selins na região pélvica inferior).
- Frequência de três a cinco vezes por semana (ou todos os dias da semana).
- Duração de 20 a 30 min ou intermitente (somando segmentos de menores durações ao longo do dia).
- Progredir primeiro na duração e só depois na intensidade.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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