Diabetes na infância e na adolescência

Saúde e Medicina
Última atualização: 19/01/2023
  • Existem dois tipos principais de diabetes que estão cada vez mais presentes no mundo, a diabetes tipo 1 e a diabetes tipo 2;
  • A diabetes tipo 1 ocorre devido a uma falha do fígado em produzir a quantidade necessária de insulina para permitir a absorção do açúcar presente no sangue, sendo que a sua origem é desconhecida, desconfiando-se que pode provir de fatores genéticos ou ambientais;
  • Pelo contrário, a diabetes tipo 2 é a falta de capacidade do organismo conseguir utilizar a insulina produzida, e é associada a causas como obesidade e sedentarismo;
  • Em jovens, o tipo de diabetes mais comum é o tipo 1, apesar de cada vez mais se observar diabetes tipo 2 nessa faixa etária, podendo dever-se à falta de atividade física ou uma alimentação desequilibrada;
  • Algumas ações que poderão evitar o aparecimento da diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes têm que ver com mudanças nos seus hábitos de vida, tais como realizar uma alimentação mais saudável e praticar exercício físico;
  • Apesar de algumas limitações, com os cuidados necessários é perfeitamente possível continuar com uma vida normal.
Diabetes na Infância e na Adolescência

Até há alguns anos, a diabetes tipo 1 era a mais comum em crianças e adolescentes. No entanto, a diabetes tipo 2 começa a surgir cada vez mais cedo. Catarina Limbert, endocrinologista, explica como os pais devem atuar para preveni-la.

Existem duas formas principais de diabetes, conhecidas como tipo 1, cuja causa é uma destruição maciça das células insulínicas do pâncreas, e tipo 2, que ocorre quando há uma alteração na ação da insulina.

Em ambos os casos, o que ocorre é a falha na utilização das moléculas de açúcar pelas células do organismo, levando a que as mesmas se acumulem no sangue, não sendo usadas como fonte de energia. As consequências da diabetes vão desde um extremo cansaço, emagrecimento e até coma; mais tardiamente, à perda de visão, entre outras complicações. No entanto, se controlada, a doença permite que o seu portador leve uma vida praticamente normal.

Manter rara a “tipo 2”

 

Em Portugal, a diabetes tipo 2 ocorre muito raramente entre as crianças e jovens. Catarina Limbert, endocrinologista pediátrica, explica que esta forma da doença “tem vindo a aumentar entre os jovens em países como os EUA, Brasil, África e Japão. Em Portugal ainda é rara entre as crianças e os jovens”.

Para que esta doença continue a ser o menos frequente possível entre as camadas mais jovens, “pais e pediatra devem estar atentos à possibilidade da doença e vigiar os percentis de peso”, diz a especialista. “E, caso o organismo da criança não responda a medidas não farmacológicas de controlo de peso, deve-se encaminhá-la para a Consulta de Nutrição ou Endocrinologia Pediátrica”.

Bons hábitos reduzem o risco

 

Uma vez que as causas da diabetes tipo 2 estão associadas ao sedentarismo, à obesidade e a uma alimentação pobre em fibras e rica em gorduras e hidratos de carbono, a melhor forma de prevenção é educar as crianças para um estilo de vida saudável. “A obesidade é o fator de risco principal da diabetes tipo 2 e, ao adquirir e manter bons hábitos desde a infância, o risco do aparecimento, tanto da diabetes como de outras doenças associadas ao estilo de vida, diminui grandemente“, diz a médica.

Os 3 pilares de uma vida saudável:

  • Alimentação: deve ser variada, com pouco sal e rica em vegetais. Privilegie as gorduras insaturadas (azeite, abacate, frutos secos) e as proteínas magras (aves, peixe). É muito importante evitar as gorduras saturadas (fritos, margarinas, manteigas) e os açúcares de absorção rápida (refrigerantes, bolachas);
  • Atividade física: os pais devem — até para si próprios — promover a prática de exercício físico (pelo menos 1 hora 3 vezes por semana) e limitar o tempo passado à frente de um ecrã (2 horas por dia no máximo);
  • Peso corporal: vigie o peso dos seus filhos e, sempre que necessário, procure apoio médico. O excesso de peso é prejudicial à saúde em todos os aspetos e uma das causas principais do aparecimento da diabetes.

Estar atento à diabetes tipo 1

 

Segundo Catarina Limbert, a forma mais frequente de diabetes nas crianças e jovens portugueses é a tipo 1, que ocorre quando o fígado não consegue manter a produção necessária de insulina, a molécula que ajuda na regulação do açúcar presente no sangue. Embora ainda não se conheçam as suas causas, sabe-se que fatores genéticos, ambientais e a desregulação do sistema imunológico contribuem para o seu aparecimento. Atualmente, não se conhece nenhuma forma de prevenção para o seu aparecimento.

Se o seu filho tem sede excessiva, vontade de urinar com muita frequência e em grande quantidade, um apetite voraz, cansaço e mesmo assim estiver a emagrecer, pode surgir a suspeita de que possa ter diabetes tipo 1. Deve consultar o pediatra e, se este o indicar, a criança deverá fazer uma análise aos níveis de açúcar no sangue. O processo é simples e pode ser feito na farmácia, no centro de saúde ou no hospital, apenas com uma leve picada no dedo. Se os valores forem iguais ou superiores a 200 mg/dl, comunique ao pediatra. Este fará o encaminhamento do seu filho para um dos centros de diabetologia pediátrica disponíveis em vários pontos do país, onde será traçada a melhor estratégia de controlo da doença e de manutenção de um estilo de vida saudável.

Uma vida normal

 

Face à doença, Catarina Limbert tranquiliza os pais: “Uma criança com diabetes pode fazer uma vida completamente normal. Terá, obviamente, de seguir todas as indicações médicas e, para isso, deve ser ajudada pelos pais e pelos professores.”

De facto, esta doença crónica pode trazer muitas complicações à saúde mas, uma vez que se administre insulina e se faça a verificação dos níveis de açúcar no sangue (glicemia) conforme indicado pelos médicos e mantenha uma alimentação ajustada à doença, os portadores da doença podem ter uma vida igual à de todas as outras pessoas.

 

Não se esqueça

 

Catarina Limbert alerta para o facto de existir alguma confusão entre os dois tipos de diabetes. “Não se devem confundir os dois tipos de diabetes e, quando há sinais de qualquer um deles, há que detetar a doença e agir o mais precocemente possível”.

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