Dieta nórdica: os 10 pontos-chave

Nutrição e Fitness
Última atualização: 10/03/2023

A dieta nórdica resultou da adaptação da dieta mediterrânica à realidade dos países nórdicos. Patrícia Segadães, nutricionista, defende que a dieta nórdica pode ser uma boa ajuda para melhorar o estado de saúde, assim como para perder peso de forma saudável.

Chama-se dieta nórdica e foi criada com o principal objetivo de colmatar a ausência de um regime alimentar tradicional e saudável no Norte da Europa — nomeadamente na Dinamarca, onde nasceu este conceito adaptado da dieta mediterrânica. Em 2014, um estudo comparativo — cujas conclusões foram depois apresentadas no congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia — dividiu os participantes em dois grupos e concluiu que aquele que seguiu a dieta nórdica tinha perdido mais peso e registado melhores níveis de pressão arterial do que o grupo que seguiu o regime alimentar comum à maioria dos dinamarqueses.

Contudo, se até recentemente os benefícios de saúde atribuídos a este regime alimentar se concentravam principalmente na perda de peso, uma metanálise de 2022, publicada na Science Daily, vem agora revelar que existem evidências claras de que a dieta nórdica pode reduzir os níveis de açúcar no sangue e colesterol, mesmo sem perda de peso. Em particular, os investigadores apontam para a composição das gorduras desta dieta como uma possível explicação para os seus efeitos positivos.

De salientar que o ponto que mais diferencia a dieta nórdica da mediterrânica é a gordura base utilizada em cada uma. Enquanto na mediterrânica a gordura privilegiada é o azeite, na nórdica é usado principalmente óleo de colza (canola), que é produzida a partir da planta de colza (Brassica napus), um membro da família Cruciferae.

Os benefícios da dieta nórdica

Para Patrícia Segadães, não há dúvida que “esta dieta pode levar a significativas melhorias do perfil lipídico, diminuir o risco de hipertensão e estudos mostram também que a adoção deste regime pode ainda diminuir o estado inflamatório”.

Sendo uma dieta saudável e equilibrada, Patrícia Segadães refere que poderá ser seguida pela maioria das pessoas saudáveis, sem prejuízo para a saúde. “Poderá inclusive ser uma boa ajuda para melhorar o estado de saúde, assim como perder peso de forma saudável”. Mas, salienta a nutricionista, é importante perceber que será complicado seguir esta dieta à risca no nosso país, pois foi especialmente desenhada para toda a população nórdica, uma vez que os produtos recomendados são tipicamente encontrados em países como a Dinamarca, já que este regime alimentar também tem como objetivo incentivar a produção local e sustentável.

No entanto, assegura Patrícia Segadães, não é necessário qualquer tipo de transição drástica e uma dieta “típica” portuguesa para a nórdica: “A única habituação pela qual terá de passar serão os sabores diferentes dos produtos.”

Os efeitos no peso e no trânsito intestinal

Assim, uma pessoa que tenha uma alimentação tipicamente portuguesa e que experimente a dieta nórdica poderá observar uma perda de peso, diminuição do volume abdominal assim como a melhoria do trânsito intestinal. “Isto porque a ingestão de elevadas quantidades de produtos hortícolas (superior à típica alimentação portuguesa) irá, entre outros fatores, auxiliar na perda de peso. Também a ingestão de fibras estará aumentada, o que irá trazer melhorias no estado do trânsito intestinal”, explica a nutricionista. O aumento da ingestão de peixes gordos, ricos em ómega-3 irá, segundo Patrícia Segadães, melhorar o estado inflamatório, levando, por essa razão, a uma redução do volume abdominal.

Os 10 pontos-chave da dieta nórdica

  1. No regime alimentar nórdico são privilegiados os produtos locais e orgânicos. Falamos de alimentos específicos da região, como uvas-do-monte, queijo, ervilhas desidratadas, leite azedo e o óleo de colza, entre outros.
  2. Estão incluídas grandes quantidades de vegetais, ervas frescas, plantas e cogumelos selvagens.
  3. A ingestão de fruta é um dos principais pilares desta dieta.
  4. Pelo elevado teor de fibra, o consumo de aveia, centeio e cevada são recomendados.
  5. O arroz e a massa integrais são considerados boas opções, pois contêm proteína, fibra e nutrientes.
  6. A dieta nórdica privilegia a ingestão de peixes gordos, como o salmão, bacalhau e arenque pescados nas águas nórdicas. Também é aconselhada a ingestão de marisco e de algas.
  7. As carnes com gordura devem ser substituídas por carnes magras.
  8. A ingestão de açúcar e de gorduras saturadas deve ser muito reduzida.
  9. Os laticínios magros são a opção aconselhada.
  10. O consumo de sal deve ser mínimo e devem ser evitados todos os alimentos processados.

 

A dieta nórdica é um tipo de alimentação específico que traz diversos benefícios para a saúde. No entanto, e conforme alerta Patrícia Segadães, “quando pensamos em adotar um novo regime alimentar, o ideal é que a pessoa seja acompanhada por um profissional. É de igual forma importante referir que dietas milagrosas não existem. Quanto mais depressa perder peso, mais suscetível fica de ganhar ainda mais peso.”

Dieta “sustentável”

Dietas equilibras e baseadas em recomendações alimentares práticas, sustentáveis e promotoras de saúde, que apoiam o consumo dos alimentos disponíveis localmente, são cada vez mais uma realidade e também uma necessidade.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que a produção de alimentos terá de aumentar em pelo menos 60% até 2050, sendo por isso necessárias mudanças radicais na produção e consumo de alimentos para conservar os recursos naturais para as gerações futuras, fornecendo alimentos suficientes para uma população global crescente.

A dieta nórdica, bem como a mediterrânica, responde a esses requisitos, pois é, como já salientado, um regime alimentar à base de plantas, bagas e vegetais e orientada para a proteção ambiental e a sustentabilidade. 

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