Intolerância à lactose?

Nutrição e Fitness
Última atualização: 06/09/2022

Todos nós já ouvimos falar de intolerância à lactose, mas será que sabemos realmente o que significa? Descubra aqui o que é este problema, bem como os primeiros passos a dar para aumentar o seu bem-estar.

Neste artigo explicamos-lhe tudo o que acontece quando o organismo tem dificuldade em processar o açúcar que está presente no leite e nos seus derivados - a chamada intolerância à lactose -, bem como os sintomas e sinais de alarme e formas de tratar este problema, que é cada vez mais frequente ao nível mundial. Conversamos com a nutricionista Paula Carmo Martins.

O que é a intolerância à lactose?

Por vezes, o açúcar que está presente no leite e nos seus derivados – a lactose – não é bem digerido pelo organismo, devido à incapacidade do intestino delgado produzir quantidades suficientes de lactase, a enzima necessária para processar a lactose. Perante esta situação dizemos que existe uma intolerância à lactose.

Quais os sintomas?

Esta insuficiência enzimática provoca uma intolerância à lactose, um intolerância alimentar que se traduz em sintomas após a ingestão de alimentos ou bebidas que têm na sua composição este tipo de açúcar, nomeadamente:

  • Distensão abdominal (inchaço);
  • Náuseas;
  • Cólicas;
  • Flatulência;

De acordo com Paula Carmo Martins, esta é uma condição extremamente comum. Uma metanálise recente refere que cerca de 70% da população sofre de intolerância à lactose. Esta intolerância alimentar poderá surgir logo nos primeiros anos de vida, quando já há uma propensão genética. Noutros casos, surge mais tarde, “quando a intolerância é desenvolvida ao longo da vida, devido a determinadas doenças gastrointestinais ou cirurgias”, explica a nutricionista.

Quais os alimentos e as bebidas que contêm lactose?

A lactose está em todos os leites e produtos lácteos, mas também pode ser encontrada em outros alimentos e bebidas. O leite e os produtos lácteos podem ser adicionados a alimentos embalados, enlatados, congelados, embalados e preparados. Fica uma lista dos produtos que podem conter lactose:

  • Pão, panquecas, biscoitos, bolachas e bolos.
  • Alimentos processados, incluindo cereais matinais, batatas fritas de pacote, margarina, salgados.
  • Carnes processadas, como bacon, salsicha, cachorro-quente e carnes frias embaladas.
  • Substitutos de refeição à base de leite líquidos e em pó, smoothies e proteínas em pó e barras.
  • Cremes de café líquidos e em pó não lácteos e coberturas batidas não lácteas.

 

Verifique a lista de ingredientes nos alimentos embalados. As seguintes palavras significam que o produto contém lactose:

  • Leite
  • Lactose
  • Soro de leite
  • Coalho
  • Derivados do leite
  • Leite em pó

Além disso, uma pequena quantidade de lactose pode ser encontrada em alguns medicamentos prescritos e vendidos sem receita médica. Converse com seu médico sobre a quantidade de lactose nos medicamentos que toma, especialmente se normalmente não tolera mesmo pequenas quantidades de lactose.

Fatores de risco

Com o processo de envelhecimento há também uma diminuição gradual da produção da enzima lactase, o que leva a que a idade avançada seja um importante fator de risco, assim como a etnia, visto a intolerância à lactose ser mais comum em negros, asiáticos e hispânicos.

O tipo e a quantidade de bactérias presentes na flora intestinal de cada pessoa também poderão estar relacionados com o desenvolvimento da intolerância à lactose. Por outro lado, explica a especialista, algumas patologias que afetam o intestino delgado podem causar alterações na produção de lactase. As gastroenterites virais ou bacterianas, os tratamentos com quimioterapia, a diabetes em fase mais avançada, a doença celíaca ou a doença de Crohn são alguns exemplos.

Diagnóstico e tratamento

“Um correto diagnóstico é fundamental, porque os sintomas podem ser confundidos com outro tipo de patologias do trato gastrointestinal”, alerta Paula do Carmo Martins. O diagnóstico inclui a história clínica e queixas do paciente, mas também poderá envolver a realização de exames complementares, como o teste de tolerância à lactose, entre outros.

A redução da quantidade de lactose ingerida é também uma das primeiras estratégias aconselhadas pelos especialistas e também umas das mais eficazes para diminuir alguns sintomas. Depois de confirmada a intolerância à lactose, deverá ser iniciado o tratamento. Este passa por retirar todos os alimentos que contenham lactose da dieta alimentar, durante um determinado período de tempo. Nesta fase, a intervenção e o acompanhamento de um nutricionista é fundamental.

“É importante haver uma avaliação nutricional porque, com frequência, esta é uma fase de moderado risco nutricional, com uma baixa ingestão de cálcio, que aumenta o risco de osteoporose, bem como de perda de peso e desnutrição”, justifica Paula do Carmo Martins. É também o nutricionista que aconselhará os alimentos a evitar e as quantidades adequadas de lactose a ingerir, de acordo com o perfil de cada pessoa.

Manter os níveis de cálcio e de Vitamina D é essencial

Se é intolerante à lactose, certifique-se que ingere as quantidades de cálcio e vitamina D recomendadas diariamente. Embora o leite e os produtos lácteos sejam as fontes mais comuns de cálcio, saiba que existem muitos alimentos que não contêm lactose que também são excelentes fontes de cálcio. Exemplos incluem:

  • Peixe como salmão ou sardinha
  • Brócolos e vegetais verdes folhosos
  • Laranjas
  • Amêndoas, castanhas do Brasil e feijões secos
  • Tofu
  • Produtos com rótulos que mostram que adicionaram cálcio, como alguns cereais, sumos de frutas e leite de soja.

A vitamina D é igualmente fundamental para a sua saúde geral, pois ajuda o seu organismo a absorver e usar o cálcio. Por isso, deve privilegiar o consumo de alimentos que contenham vitamina D, nomeadamente ovos e determinados tipos de peixe, como salmão. Alguns cereais e sumos de laranja prontos para o consumo também têm vitamina D adicionada. Além disso, estar ao ar livre à luz do sol ajuda o seu organismo a produzir vitamina D.

Existe ainda a possibilidade de utilizar suplementos alimentares de cálcio e vitamina D, mas deverá primeiro conversar com o seu médico ou nutricionista.

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