O que é o vírus ébola?
- O vírus ébola é uma doença viral rara com uma elevada taxa de mortalidade que chegou aos 90% em alguns surtos.
- O início de uma cadeia de transmissão começa com o contacto direto entre um animal infetado com o vírus ébola e um humano.
- Os sintomas incluem febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta, vómitos, e em casos mais severos, hemorragias internas e externas.
- O tratamento da doença consiste na hidratação e/ou realização de transfusão sanguínea, manutenção dos níveis de oxigénio e tratamento das infeções, sempre mantendo as regras de proteção.
Durante 2013 e 2014, um surto de ébola espalhou-se pela África Ocidental. O vírus acabou por chegar à Europa e à América do Norte. Mas, afinal, em que consiste este vírus? Saiba tudo neste artigo.
O que é o vírus ébola?
A doença por vírus ébola – geralmente chamada de ébola, e antigamente conhecida por febre hemorrágica de ébola – é uma doença rara e muitas vezes mortal causada por uma das estirpes de vírus de ébola. Um microrganismo patogénico do protótipo da febre hemorrágica viral, que apresenta elevadas taxas de mortalidade, tanto em humanos como em primatas.
O ébola é uma das doenças mais mortais que existem. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em surtos anteriores as taxas de mortalidade variaram entre 25% e 90%. Surgiu, pela primeira vez, em 1976, na República Democrática do Congo, tendo-se difundido pelo continente Africano (uma das regiões mais afetadas situa-se próximo do Rio Ébola, que dá nome à doença).
Existem cinco estirpes do vírus ébola: Zaire, Bundibugyo, Sudan, Taï Forest, Reston e Bombali, sendo que a estirpe Reston não constitui ameaça para o Homem.
As infeções pelo vírus ébola levam à supressão da imunidade e a uma resposta inflamatória severa, que danifica o organismo em termos do seu sistema vascular e da capacidade de coagulação, tendo como resultado a hemorragia, a doença multiorgânica e o choque.
Forma de Transmissão
Pensa-se que os morcegos frutíferos da família Pteropodidae são os hospedeiros naturais do vírus ébola, que assim
conseguem transmitir o vírus a todos os outros animais e humano. Após contacto entre um animal doente ou morto com
um humano através de sangue, secreções e/ou outros fluídos corporais, o vírus é introduzido na população humana.
Pessoas infetadas continuam a cadeia de transmissão, pois também constituem uma fonte de transmissão. A transmissão
de humano para humano ocorre quando há contacto direto com sangue ou fluidos corporais de uma pessoa doente ou que
morreu de ébola e, com objetos que foram contaminados por fluidos corporais de uma pessoa doente ou que morreu de
ébola. Em algumas zonas de África, a infeção foi contraída através do contacto com chimpanzés, gorilas, morcegos
frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados, encontrados mortos ou doentes na floresta
tropical. Após a infeção, segue-se um período de incubação de 2 a 21 dias, até ao desenvolvimento de sintomas. Uma
pessoa infetada com ébola é incapaz de transmitir a doença quando não manifesta quaisquer sintomas.
Em caso de
tratamento de doentes com ébola, os profissionais de saúde têm necessariamente de utilizar luvas, máscaras, roupa
descartável e óculos de proteção apropriados. No caso de não tiverem estes cuidados, poderão ser infetados, o que é
um grande risco dada a alta mortalidade da doença.
Quais os sintomas do ébola?
O diagnóstico nem sempre é fácil de ser feito, dado não ter, de início, sintomas específicos. Contudo, os principais caracterizam-se por febre repentina, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta, seguida de vómitos, diarreia, prurido, deficiência nas funções hepáticas e renais, em alguns casos, hemorragias internas e externas. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir.
Como diagnosticar e tratar a doença?
Segundo as informações oficiais avançadas pelas autoridades de saúde, os primeiros sintomas do ébola são semelhantes
aos da gripe: febre, enxaquecas, dores musculares
e de garganta são os primeiros sinais da doença. Para além do ébola ser clinicamente semelhante a outras doenças
infeciosas, como a malária, febre
tifoide e meningite. Além
disso, devemos ter em conta que o vírus tem um período de incubação de 2 a 21 dias e só passado este tempo é que se
manifestam os primeiros sintomas.
Em caso de suspeita de infeção deve contactar o serviço de saúde através do
telefone (808 24 24 24) e seguir as instruções que lhe forem dadas. Posteriormente, é importante realizar os cinco
testes laboratoriais (correspondentes ao número de estirpes existentes) que, pelo perigo que representam, devem ser
efetuados com a máxima segurança.
Uma vez que os doentes infetados com o vírus morrem de desidratação ou de
hemorragias, o tratamento consiste na hidratação e/ou realização de transfusão sanguínea, manutenção dos níveis de
oxigénio e tratamento das infeções. Em 2020, foram aprovados dois anticorpos monoclonais e de uma vacina para o
tratamento da estirpe Zaire do vírus ébola. A terapia de apoio aos doentes exige o cumprimento escrupuloso das
regras de proteção – uso de luvas e de vestuário adequado por parte de quem se aproxima dos doentes – até à obtenção
dos resultados laboratoriais que permitam a confirmação da suspeita.
O controlo da epidemia consiste, essencialmente, em respeitar medidas de higiene e boa nutrição. A criação de infraestruturas médicas, capazes de fornecer aos doentes os cuidados médicos de base constitui um suporte essencial no combate à epidemia.
O fim de um surto de ébola é declarado oficialmente 42 dias após o último caso registado, de acordo com as normas da OMS.
Cuidados a seguir
O surto do vírus tem especial incidência em alguns países africanos. Apesar de viagens a áreas afetadas não serem recomendadas, a Direção-Geral de Saúde aconselha a quem viajar para esses países a ter alguns cuidados:
- Não contactar com doentes ou cadáveres infetados com ébola;
- Evitar o consumo de carne de caça e contacto com animais selvagens, vivos ou mortos;
- Lavar e descascar a fruta e vegetais antes do seu consumo e utilizar apenas água potável;
- Lavar as mãos regularmente usando sabão ou antissépticos;
- Garantir práticas sexuais seguras.
É também importante consultar as informações e recomendações das autoridades locais das áreas afetadas.
O ébola é um vírus mortífero, em surtos anteriores a letalidade variou entre os 25% e os 90%, de acordo com a OMS. No caso de ter visitado algum dos países com registo da doença e de sentir algum destes sintomas, deverá contactar imediatamente as autoridades de saúde através do telefone 808 24 24 24. Se estiver fora de Portugal deverá contatar o gabinete de emergência consular (telefone +351961706472 ou +351217929714 ou através do email gab.emergencia@mne.pt).
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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