O que precisa de saber sobre a saúde masculina

Menopausa e Andropausa
Última atualização: 13/04/2023

Sabe-se que o prognóstico de algumas doenças graves melhora com o diagnóstico precoce. Na prevenção parece estar mesmo o ganho. É altura para os homens recordarem a importância de cuidarem da sua saúde.

Cancro da próstata preocupa

É a grande preocupação dos homens acima dos 50 anos. O cancro da próstata assusta e com razão. Senão veja-se: “É o cancro mais frequente nos homens acima dos 50 anos”, explica Cristina Gonçalves, especialista em Medicina Geral e Familiar.

Neste contexto, há que ter atenção aos fatores de risco, como a idade e a hereditariedade, e também eventuais sintomas. E embora não seja incomum os pacientes irem a uma consulta solicitar uma análise ao sangue para determinação do Antígeno Prostático Específico (PSA), este é um assunto que ainda divide os especialistas. “Não há consenso sobre as medidas de deteção precoce deste tipo de cancro. A determinação do PSA, por si só, tem baixa especificidade para diagnóstico de cancro da próstata, já que o PSA pode estar elevado noutras situações benignas, como a hiperplasia benigna e a prostatite (inflamação da próstata). Por outro lado, um PSA baixo não exclui um tumor clinicamente significativo”, esclarece a médica.

Também a Associação Portuguesa de Urologia alerta que ainda permanecem dúvidas sobre o caráter preventivo do PSA isoladamente. No entanto, “a combinação do PSA e do toque retal em homens assintomáticos permite o diagnóstico e o tratamento precoces, recomendando-se esta análise a partir dos 50 anos nos homens sem fatores de risco estabelecidos”. Em suma, a conjugação dos dois exames parece ser mais eficaz do que a realização de apenas um deles isoladamente.

“A probabilidade de vir a desenvolver cancro da próstata aumenta exponencialmente com o avanço da idade”, defende a Associação Portuguesa Doentes da Próstata. O que é consensual, por outro lado, é que o assunto seja discutido de forma individual entre o médico e o doente relativamente não só à realização da análise do PSA, mas também a qualquer outro exame complementar de diagnóstico ou de rastreio.

Cancro da próstata é silencioso

É sabido que a deteção precoce de uma doença oncológica “tem maiores e melhores probabilidades de cura”. Além disso, “como a maioria dos cancros da próstata não provoca sintomas ou a sintomatologia pode associar-se a outras patologias urológicas benignas e mais comuns — como urinar mais frequentemente, e especialmente à noite, dificuldade em urinar, urgência miccional, desconforto ou dor pélvica entre outros — é importante discutir com o médico a necessidade de avaliação urológica, especialmente nos grupos de risco”, sublinha Cristina Gonçalves.

Sinais de alarme a que deve estar atento

“É um facto que os homens se preocupam com a sua saúde, essencialmente com as doenças da próstata, o colesterol e as doenças cardíacas”, explica Cristina Gonçalves. E, embora na maior parte das vezes o cancro da próstata seja assintomático, como já referido, é fundamental estar informado acerca dos eventuais sinais de alarme:

  • Problemas urinários.
  • Incapacidade de urinar ou dificuldade em iniciar, ou parar o fluxo de urina.
  • Necessidade frequente de urinar, principalmente durante a noite.
  • Dor ou ardor durante a micção (enquanto está a urinar).
  • Dificuldade em ter uma ereção.
  • Presença de sangue na urina ou no sémen.
  • Dor frequente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas.

Caso tenha algum destes sintomas ou alterações relevantes na sua saúde, consulte o seu médico. Esta sintomatologia não significa que tenha cancro da próstata, podendo estar associada a outros tumores benignos ou problemas de saúde.

Factos sobre o cancro da próstata

Acompanhamento médico periódico

Além do cancro da próstata, é necessário estar atento a outras doenças, mas sobretudo à prevenção, tendo em conta vários aspetos, como os antecedentes pessoais, os estilos de vida, a história familiar. “Por exemplo, um homem de 40 anos, que seja obeso, deverá controlar a glicemia, o colesterol e a pressão arterial”, sugere a médica.

A partir dos 50 anos, e por se saber que estatisticamente também há maior risco de doenças oncológicas e cardíacas, “recomenda-se uma vigilância médica ainda mais apertada, que habitualmente contempla avaliação clínica e eventualmente exames complementares de diagnóstico que ficam ao critério do médico de acordo com a evidência clínica“, destaca a especialista.

E não se esqueça, ao longo da vida e para um bom estado de saúde geral, aposte num estilo de vida que inclua uma alimentação variada e regrada, pouco rica em sal e gorduras e com muita fruta e verduras. Pratique exercício físico regularmente, não fume nem consuma álcool em excesso.

Andropausa, a transição masculina

Em alguns homens, as transformações mais óbvias associadas à meia-idade — a chamada andropausa — são a queda de cabelo (alopecia) ou um certo tipo de obesidade (aumento do volume abdominal). Noutros, estas mudanças fazem-se ainda em função de alterações hormonais que podem ser acompanhadas de irritabilidade, fadiga e ansiedade. Afirma-se muitas vezes que os homens de meia-idade sofrem de problemas físicos e emocionais equivalentes aos vividos pelas mulheres da mesma idade. A comparação é feita porque esta transição masculina acarreta uma alteração das capacidades sexuais (como é o caso da disfunção erétil e diminuição do desejo) perdas musculares e óssea, assim como depressão, condições habitualmente associadas à menopausa feminina.

Principais riscos para a saúde do homem

Doenças cardiovasculares

Segundo o Centers for Disease Control and Prevention, mais de um em cada três homens adultos sofre de alguma forma de doença cardiovascular, sendo que os homens afro-americanos são responsáveis por 100.000 mortes a mais por doenças cardiovasculares do que os caucasianos.

Cancro do pulmão

De acordo com a American Lung Association, a cada ano que passa aumenta o número de homens que são diagnosticados com cancro do pulmão. Os homens afro-americanos têm um risco maior de morrer da doença em comparação com outros grupos raciais ou étnicos. Embora a exposição a riscos ocupacionais, como o amianto, aumente o risco, o tabagismo continua a ser a principal causa de cancro do pulmão.

Doenças relacionadas com o consumo de álcool

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention, os homens enfrentam taxas mais elevadas de mortes e hospitalizações relacionadas com o álcool do que as mulheres. Os homens bebem duas vezes mais do que as mulheres. Por outro lado, sabe-se que o consumo de álcool aumenta o risco de cancro da boca, da garganta, do esófago, do fígado e do cólon. O álcool também interfere na função testicular e na produção de hormonas, podendo resultar em impotência e infertilidade. Segundo a American Cancer Society, o abuso de álcool e tabaco aumenta as possibilidades de desenvolver doença hepática.

Cancro da pele

Em consequência da maior exposição solar durante o trabalho ou prática desportiva, menor cuidado com a proteção da pele e menos visitas ao médico, os homens com mais de 50 anos têm, segundo a Skin Cancer Foundation, duas vezes mais probabilidades de sofrerem de cancro da pele do que as mulheres. Alguns casos de cancro da pele estão relacionados com feridas crónicas e cicatrizes na pele, baixa imunidade em situação de infeção ou doença crónica, exposição a agentes tóxicos e a químicos presentes no tabaco, como o alcatrão, mas 90% é consequência de radiação ultravioleta excessiva. 

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