O que sabe sobre a doença de Alzheimer?
- A doença de Alzheimer, patologia cerebral, crónica e progressiva, não tem cura e a própria causa ainda não foi determinada.
- Atualmente, vários centros de investigação encontram-se a desenvolver pesquisas de tratamento.

De acordo com dados da associação Alzheimer Portugal, estima-se que só na Europa existam 7,3 milhões de doentes de Alzheimer, dos quais 90 mil vivem em Portugal. Fique a par das características desta doença e saiba o que um cuidador pode fazer, no dia a dia, para ajudar o doente.
Responsável por 50% a 70% dos casos de demência em todo o mundo, segundo a Associação Alzheimer Portugal, a doença de Alzheimer, patologia cerebral, crónica e progressiva, não tem cura e a própria causa ainda não foi determinada, apesar dos múltiplos esforços da ciência nesse sentido. O que começam por parecer simples esquecimentos e confusões passam a suspeita da doença quando alguém repete a mesma pergunta várias vezes ao dia, esquece conversas ou informações recentes como dizer o que comeu ao almoço, não consegue lembrar-se dos passos para executar uma tarefa simples (como cozinhar) e perde-se em locais que conhece. Poderá estar perante um quadro de perda progressiva das funções cognitivas provocada por Alzheimer. O diagnóstico precoce é a melhor forma de evitar a atrofia das células cerebrais e a morte. Assim, se presenciar alguns destes sinais, consulte um especialista em neurologia. Se se tratar de um familiar seu, aconselhe-o também neste sentido.
Causas e fatores de risco
A doença de Alzheimer caracteriza-se por uma perda acentuada e acelerada de neurónios e das suas ligações, com marcada atrofia de áreas cerebrais importantes. Contudo, a comunidade científica ainda não dispõe de dados suficientes para explicar os motivos por que acontece e a partir de que limites estas acumulações determinam os sinais de demência, embora possam ser apontados vários fatores de risco.
Sinais de alarme e evolução da doença
A doença apresenta diversas fases de evolução. Os primeiros sinais de alarme são, geralmente, perda da memória recente, desorientação no tempo e espaço, dificuldade em encontrar palavras quando fala, entre outros. À medida que a doença vai evoluindo vão surgindo outros sinais.
Conselhos práticos para os cuidadores
Geralmente, quem cuida do doente de Alzheimer sofre tanto ou mais do que o próprio paciente. É muito fácil cair no desânimo e esgotamento. Para manter o equilíbrio emocional e enfrentar melhor o dia a dia de convívio com a doença, é importante que se mantenha um diálogo constante e sincero entre a família, o doente e a equipa médica e social. Perceber o que está a acontecer ajuda a aliviar o stress e a reduzir a ansiedade. Existem várias associações a que o cuidador poderá pedir apoio. Não deixe que o bem-estar da pessoa que cuida dependa unicamente de si e continue a ter atividades sociais que lhe deem prazer. Embora por vezes seja difícil, não leve o comportamento do doente a peito e tente sempre ser paciente.
Em termos práticos, deve seguir alguns conselhos:
- Adaptar a casa, desobstruir os lugares de passagem para evitar quedas;
- Utilizar recados escritos em post-it para relembrar tarefas necessárias ou mesmo informações simples e colá-los em locais visíveis (na porta do frigorífico, por exemplo);
- Escrever o nome de cada membro da família numa fotografia em que todos estejam presentes;
- Criar rotinas que ajudem o doente e o façam sentir-se integrado e útil;
- Não deixar o doente sair sozinho;
- Arranjar uma bolsa própria que se prenda à cintura para o doente andar sempre com o telemóvel, mesmo em casa;
- Ter um número de emergência nos números de marcação rápida do telemóvel.
Tratamentos disponíveis
Não existe, ainda, cura para esta doença. Atualmente, vários centros de investigação encontram-se a desenvolver pesquisas para encontrar fármacos com mecanismos de ação e alvos terapêuticos distintos, mas ainda não se conhecem os reais benefícios no futuro. Uma das descobertas mais recentes e importantes envolve uma equipa de 2 dezenas de investigadores de Portugal, Holanda, Estados Unidos e China. Com a participação da Faculdade de Medicina e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, neste estudo, os cientistas identificaram a molécula responsável pelos problemas de memória. De acordo com a pesquisa, os recetores A2A para a adenosina (molécula que funciona como sinal de stress no funcionamento de vários sistemas do organismo, especialmente no cérebro) exercem um papel crucial no surgimento de problemas de memória.
Quando existe a dúvida se as queixas de memória são indiciadoras de algum problema mais sério do que o normal processo de envelhecimento, recorra a um especialista. O diagnóstico precoce da doença pode ser determinante, uma vez que os tratamentos existentes são mais eficazes quando ainda existem células cerebrais sobre as quais os fármacos podem atuar.

Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
Downloads
Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis: