O que sabe sobre a doença de Alzheimer?

Saúde e Medicina
Última atualização: 12/04/2023
  • A doença de Alzheimer, patologia cerebral, crónica e progressiva, não tem cura e a própria causa ainda não foi determinada.
  • Atualmente, vários centros de investigação encontram-se a desenvolver pesquisas de tratamento.
alzheimer

De acordo com dados da associação Alzheimer Portugal, estima-se que só na Europa existam 7,3 milhões de doentes de Alzheimer, dos quais 90 mil vivem em Portugal. Fique a par das características desta doença e saiba o que um cuidador pode fazer, no dia a dia, para ajudar o doente.

Responsável por 50% a 70% dos casos de demência em todo o mundo, segundo a Associação Alzheimer Portugal, a doença de Alzheimer, patologia cerebral, crónica e progressiva, não tem cura e a própria causa ainda não foi determinada, apesar dos múltiplos esforços da ciência nesse sentido. O que começam por parecer simples esquecimentos e confusões passam a suspeita da doença quando alguém repete a mesma pergunta várias vezes ao dia, esquece conversas ou informações recentes como dizer o que comeu ao almoço, não consegue lembrar-se dos passos para executar uma tarefa simples (como cozinhar) e perde-se em locais que conhece. Poderá estar perante um quadro de perda progressiva das funções cognitivas provocada por Alzheimer. O diagnóstico precoce é a melhor forma de evitar a atrofia das células cerebrais e a morte. Assim, se presenciar alguns destes sinais, consulte um especialista em neurologia. Se se tratar de um familiar seu, aconselhe-o também neste sentido.


Causas e fatores de risco

A doença de Alzheimer caracteriza-se por uma perda acentuada e acelerada de neurónios e das suas ligações, com marcada atrofia de áreas cerebrais importantes. Contudo, a comunidade científica ainda não dispõe de dados suficientes para explicar os motivos por que acontece e a partir de que limites estas acumulações determinam os sinais de demência, embora possam ser apontados vários fatores de risco.


Sinais de alarme e evolução da doença

A doença apresenta diversas fases de evolução. Os primeiros sinais de alarme são, geralmente, perda da memória recente, desorientação no tempo e espaço, dificuldade em encontrar palavras quando fala, entre outros. À medida que a doença vai evoluindo vão surgindo outros sinais.


Conselhos práticos para os cuidadores

Geralmente, quem cuida do doente de Alzheimer sofre tanto ou mais do que o próprio paciente. É muito fácil cair no desânimo e esgotamento. Para manter o equilíbrio emocional e enfrentar melhor o dia a dia de convívio com a doença, é importante que se mantenha um diálogo constante e sincero entre a família, o doente e a equipa médica e social. Perceber o que está a acontecer ajuda a aliviar o stress e a reduzir a ansiedade. Existem várias associações a que o cuidador poderá pedir apoio. Não deixe que o bem-estar da pessoa que cuida dependa unicamente de si e continue a ter atividades sociais que lhe deem prazer. Embora por vezes seja difícil, não leve o comportamento do doente a peito e tente sempre ser paciente.

Em termos práticos, deve seguir alguns conselhos:

  • Adaptar a casa, desobstruir os lugares de passagem para evitar quedas;
  • Utilizar recados escritos em post-it para relembrar tarefas necessárias ou mesmo informações simples e colá-los em locais visíveis (na porta do frigorífico, por exemplo);
  • Escrever o nome de cada membro da família numa fotografia em que todos estejam presentes;
  • Criar rotinas que ajudem o doente e o façam sentir-se integrado e útil;
  • Não deixar o doente sair sozinho;
  • Arranjar uma bolsa própria que se prenda à cintura para o doente andar sempre com o telemóvel, mesmo em casa;
  • Ter um número de emergência nos números de marcação rápida do telemóvel.

Tratamentos disponíveis

Não existe, ainda, cura para esta doença. Atualmente, vários centros de investigação encontram-se a desenvolver pesquisas para encontrar fármacos com mecanismos de ação e alvos terapêuticos distintos, mas ainda não se conhecem os reais benefícios no futuro. Uma das descobertas mais recentes e importantes envolve uma equipa de 2 dezenas de investigadores de Portugal, Holanda, Estados Unidos e China. Com a participação da Faculdade de Medicina e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, neste estudo, os cientistas identificaram a molécula responsável pelos problemas de memória. De acordo com a pesquisa, os recetores A2A para a adenosina (molécula que funciona como sinal de stress no funcionamento de vários sistemas do organismo, especialmente no cérebro) exercem um papel crucial no surgimento de problemas de memória.

Quando existe a dúvida se as queixas de memória são indiciadoras de algum problema mais sério do que o normal processo de envelhecimento, recorra a um especialista. O diagnóstico precoce da doença pode ser determinante, uma vez que os tratamentos existentes são mais eficazes quando ainda existem células cerebrais sobre as quais os fármacos podem atuar.

 

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