Tristeza ou depressão? Aprenda a distingui-las

Saúde e Medicina
Última atualização: 19/08/2022
  • Facilmente confundida com tristeza ou mesmo raiva, a depressão pode ser uma doença grave que precisa de diagnóstico e intervenção médica urgente.
  • Seja por incapacidade de adaptação emocional ou por disfunções neurológicas, é importante identificar os fatores que retiram o bem-estar do paciente e iniciar o tratamento mais adequado para cada caso.
  • O tratamento à base do diálogo e da psicoterapia pode ser exercido por um psiquiatra ou psicólogo, mas pode ser necessário complementar a intervenção com medicação para controlar os sintomas.
  • Fique ainda a par de algumas estratégias para melhorar o seu bem-estar e estado de espírito.

Aprenda a reconhecer os sinais que distinguem a depressão de um sentimento de tristeza ou perda. Saiba ainda quando deve recorrer à ajuda de um especialista e evite as consequências de uma depressão não tratada atempadamente.

Um sentimento de vazio e tristeza perante um acontecimento negativo que acontece inesperadamente e abala a nossa instabilidade emocional é desagradável, mas faz parte da vida e ajuda-nos a crescer como seres humanos. É dentro de nós e com o apoio daqueles que pertencem ao nosso mundo de afetos que temos de encontrar força para superar esses momentos de desalento e reagir. No entanto, a fronteira entre a tristeza e um estado depressivo pode ser ténue e é necessário estar alerta para um diagnóstico precoce.

Sem explicação científica válida para o fenómeno, as estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a depressão afeta mais as mulheres do que os homens, mas a partir dos 65 anos, quando o ser humano fica mais vulnerável, a doença não escolhe género. Além disso, é a primeira causa de incapacidade no trabalho, afetando a produtividade e originando absentismo recorrente.

Se sentir que os níveis de tristeza são muito intensos, se se mantêm há mais de 2 semanas e estão a interferir com o seu bem-estar e com a capacidade de cumprir compromissos pessoais ou sociais, poderá estar na hora de recorrer ao aconselhamento de um especialista.

Causas e sinais de alerta

Bem distinta da tristeza passageira como reação emocional a um acontecimento doloroso, na depressão, esta sensação é persistente. Por incapacidade de encontrar a resiliência de que precisa ou como consequência de distúrbios neurológicos, que impedem a normal produção química e hormonal do organismo, o paciente enfrenta ansiedade, explosões de raiva, irritabilidade, frustração ou, pelo contrário, apatia e perda de libido, interesse ou prazer nas atividades normais. Os distúrbios do sono, que podem manifestar-se de forma tão variável como sonolência ou insónia, as dores de cabeça, o cansaço, a falta de energia, as dificuldades de concentração e de decisão, bem como a perda de apetite, também são muito comuns em doentes com depressão.

Num estado muito grave de depressão, os pensamentos e ideação suicidas exigem intervenção urgente, antes que seja demasiado tarde. Uma depressão não diagnosticada pode levar a estados de delírio, esquizofrenia e à morte.

Segundo a OMS, a ligação entre suicídio e transtornos mentais (em particular, depressão e transtornos por uso de álcool) é vidente e, todos os anos 703 000 pessoas tiram a própria vida e há muito mais pessoas que tentam o suicídio. Aquela organização salienta que o suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás, tendo sido a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo em 2019.

Consultar um especialista pode ser fundamental

O tratamento para a depressão depende da evolução e da gravidade do problema. Indicada em depressões leves e moderadas, a psicoterapia é recomendada como primeira linha de tratamento, sobretudo, em crianças e adolescentes, em que muitas vezes a depressão não se manifesta através de tristeza, mas de irritabilidade. Na psicoterapia, pretende-se que o paciente detete e tome consciência da origem da depressão para encontrar resiliência e adotar um comportamento adequado perante as situações mais difíceis. Este tratamento é exercido por um psiquiatra ou psicólogo através do diálogo, mas pode ser necessário complementar a intervenção com medicação.

Tratamentos disponíveis

A decisão de aliar a psicoterapia à administração de psicofármacos justifica-se quando há sofrimento, que nalguns casos pode ser provocado pelo próprio processo psicoterapêutico (que implica estar a explorar situações que são muito angustiantes) ou mesmo por disfunções neurológicas. Os antidepressivos atuam positivamente ao nível dos neurotransmissores, induzindo o aumento da concentração de substâncias químicas existentes no cérebro, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina, que equilibram o humor. Em caso de défice biológico provocado pela depressão, estes psicofármacos repõem os níveis de concentração e estabilizam o humor. Os mecanismos exatos de atuação divergem de acordo com o tipo e as particularidades da depressão, o que determina a existência de vários grupos de antidepressivos.

E ainda… existem estratégias que podem melhorar o seu estado de espírito

Pratique uma atividade física

Pode ser difícil pensar nisso no início, mas porque não experimenta praticar alguma atividade física que promova o seu bem-estar? O exercício ajuda o organismo a libertar substâncias e hormonas que promovem a regulação do humor, do sono e bem-estar, sendo úteis para controlar e aliviar os sinais e sintomas relacionados com a ansiedade. Recomenda-se a prática de atividades como a corrida, a caminhada ao ar livre, a musculação, andar de bicicleta ou dançar. Além disso, a prática de atividades como yoga e a meditação também podem ser consideradas, pois fazem com que se foque no presente, desocupando a mente, o que por sua vez promove o relaxamento e bem-estar.

Não se isole. Converse com outras pessoas

Conversar com outras pessoas sobre os sintomas que está a sentir ou sobre os fatores que levaram ao aparecimento dos sintomas pode ajudá-lo a lidar melhor com os seus sentimentos, além de ajudar a estreitar relações.

Respirar profundamente

As técnicas de respiração também podem ajudar a aliviar os sintomas de ansiedade, promovendo o relaxamento. Respire com calma, profundamente, inspirando devagar pelo menos durante cinco minutos. Dessa forma, é possível regular os batimentos cardíacos e a sensação de bem-estar.

Dormir bem

O sono profundo é fundamental para aliviar os sintomas de ansiedade, pois é nesse momento que são restauradas as funções desempenhadas pelo cérebro, ajudando na recuperação mental e física. Para dormir bem deve criar um ambiente favorável ao relaxamento, com um quarto sem luz e sem aparelhos eletrónicos. Além disso, para garantir uma boa noite de sono, experimente tomar um chá com propriedades calmantes antes de dormir, como o chá de valeriana e o de camomila, por exemplo. Um banho quente pode ser também uma excelente opção.

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