A apneia é um distúrbio do sono caracterizado pela ocorrência de paragens respiratórias durante o sono, que afetam a oxigenação do sangue e os padrões normais de sono. A sua incidência é maior no sexo masculino após os 35 anos e, embora seja muitas vezes considerada um problema de menor importância, é uma patologia que pode ter um forte impacto na saúde geral, aumentando o risco de problemas cardíacos como o enfarte. As interrupções do sono podem repetir-se, atingindo até 30 vezes por hora, sem que a pessoa se aperceba.
A apneia do sono pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade, inclusivamente na infância.
A apneia do sono pode classificar-se em:
Apneia obstrutiva do sono – obstrução das vias respiratórias, devido ao relaxamento muscular na zona da faringe, o que impede a passagem do ar.
Apneia central – disfunção da zona do cérebro responsável pela respiração, que não emite os sinais necessários para que esta se processe normalmente durante o sono. Menos frequente do que a apneia obstrutiva e mais facilmente detetável por quem sofre do problema.
Causas de Apneia
A apneia do sono pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade, inclusivamente na infância, embora seja mais frequente após os 50 anos. Incide sobretudo no sexo masculino e nas mulheres tende a surgir após a menopausa. Existem vários fatores que aumentam o risco de vir a ter esta patologia:
- Excesso de peso/obesidade.
- Genética – características do rosto, pescoço e configuração das vias respiratórias.
- Perímetro do pescoço – Ter um perímetro igual ou superior a 42 centímetros (homens) ou 40 centímetros (mulheres) é sinal de alarme.
- Vias respiratórias estreitas devido à dimensão das amígdalas ou adenoides.
- Consumo de bebidas alcoólicas ou fármacos relaxantes.
- Congestão nasal, dificuldade em respirar.
- Doenças crónicas que favorecem a alteração anatómica ou muscular das vias respiratórias.
- Tabagismo – estima-se que os fumadores tenham o triplo da probabilidade de vir a sofrer desta patologia.
- Patologias cardiovasculares
Sintomas e Sinais de Apneia
- Sonolência excessiva durante o dia (hipersónia).
- Ressonar com intensidade (especialmente na apneia obstrutiva do sono).
- Episódios de interrupção respiratória presenciados por terceiros.
- Urinar várias vezes durante a noite.
- Despertar abrupto acompanhado de engasgamento e dificuldade em respirar (característica da apneia do tipo central).
- Acordar com a boa seca ou garganta irritada.
- Sensação de cansaço ao acordar.
- Dor de cabeça matinal.
- Insónia.
- Dificuldades de memória, atenção e concentração.
- Disfunção sexual.
- Tensão arterial elevada.
Diagnóstico e Tratamento da Apneia
Para além da descrição dos sintomas vividos durante a noite e o dia, o diagnóstico da apneia do sono é conseguido através de uma polissonografia, um exame realizado num laboratório de sono, que permite avaliar os padrões de sono e detetar as interrupções.
Em casos mais ligeiros de apneia do sono o clínico pode apenas recomendar cuidados a nível alimentar e de estilo de vida, como por exemplo:
- Perder o peso em excesso.
- Praticar exercício regularmente (pelo menos 30 minutos por dia).
- Evitar o consumo de tabaco, bebidas alcoólicas e de medicamentos (tranquilizantes, relaxantes musculares).
- Manter as vias respiratórias desbloqueadas.
- Dormir de lado em vez de decúbito dorsal (voltada para cima).
Em casos com maior gravidade, recomenda-se o recurso a outras abordagens terapêuticas como:
- Ventiloterapia durante o sono (CPAP) – realizada através de um aparelho com uma máscara que a pessoa coloca sobre o nariz e boca e que garante a desobstrução das vias aéreas e o aporte de oxigénio durante o sono.
- Dispositivos orais – próteses para avanço mandibular que permitem combater a apneia e a roncopatia.
- Cirurgia – indicada em situações graves às quais as restantes abordagens não dão resposta ou para corrigir problemas ao nível no nariz, garganta ou maxilar, através da remoção de tecidos ou reposicionamento do maxilar.
Artigo revisto e validado pela especialista em Medicina Geral e Familiar Isabel Braizinha.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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