A asma é uma doença inflamatória, crónica, das vias aéreas, provocada pela broncoconstrição e consequente diminuição de entrada de ar nos pulmões. A broncoconstrição ocorre por uma híper-reação e hipersecreção do organismo à presença de fatores agressores.

Durante uma crise de asma, os músculos lisos dos brônquios provocam um espasmo e os tecidos que revestem as vias aéreas inflamam-se, segregando muco. Este facto reduz o diâmetro dos brônquios (processo chamado de broncoconstrição), obrigando a pessoa a desenvolver um esforço maior para que o ar entre e saia dos pulmões.

O que acontece na asma (à semelhança do que acontece noutros processos alérgicos) é que esta constrição brônquica se dá perante a exposição a elementos que se encontram no meio ambiente normal, como pó, pólen, bolores, arbustos, árvores, assim como poluição, fumo de cigarros e materiais químicos, como detergentes.

As vias aéreas, cronicamente inflamadas, tornam-se híper-reativas, tornando assim aquele que é um processo normal de defesa do organismo, num processo patológico.

Sistema respiratório de uma criança com asma, que mostra o muco (amarelo) e o estreitamento das vias aéreas (bronquíolos).

Quando se verifica um ataque grave de asma, deve recorrer-se a uma urgência hospitalar.

Causas da Asma

Crê-se que o estreitamento brônquico tem origem em certas células das vias aéreas, os mastócitos – que libertam substâncias como a histamina e os leucotrienos – que provocam a contração da musculatura lisa dos brônquios, além de aumentarem a secreção do muco e a migração de certos glóbulos brancos. Os mastócitos podem libertar essas substâncias como resposta a algum estímulo que reconheçam como estranho (um alérgeno).

A asma é também frequente em pessoas sem alergias definidas, dando-se exatamente a mesma reação quando a pessoa faz exercício, respira ar frio ou ar poluído.

stress e a ansiedade podem provocar uma maior libertação de histamina e leucotrienos por parte dos mastócitos. Os eosinófilos, outro tipo de células que se encontram nas vias aéreas das pessoas que sofrem de asma, libertam substâncias adicionais, que incluem os leucotrienos e outras substâncias, contribuindo assim para o estreitamento das vias respiratórias.

Cerca de 80% das pessoas com asma sofrem crises quando expostas a algum tipo de alérgeno existente no ar como ácaros e poeiras, pólen, bolores, pelos de animais, árvores, arbustos, etc. Substâncias químicas como tinta, desinfetantes, produtos de limpeza, medicamentos, prática de exercício e exposição ao frio, podem igualmente irritar os brônquios, levando a uma crise asmática. Constipações, gripes e infeções virais constituem causas importantes para o desencadeamento de uma crise de asma.

  • Ácaros- são microrganismos microscópicos que vivem nos nossos colchões, tapetes, cadeirões, almofadas etc.
  • Pólen – é uma das causas mais frequentes de crises de asma. A polinização das plantas faz-se principalmente na Primavera. É nesta altura que os asmáticos alérgicos aos pólen têm sintomas. Podem passar completamente bem nos restantes meses do ano.
  • Alimentos – Alguns alimentos podem provocar asma: por vezes não são os alimentos a causa real da asma, mas os conservantes, os corantes, etc.
  • Medicamentos – Alguns medicamentos como o ácido acetilsalicílico (a vulgar aspirina) a penicilina, etc, podem provocar asma, pelo que deve haver especial atenção a alergias medicamentosas previamente conhecidas.
  • Exercício físico – O exercício pode provocar uma asma de esforço aconselhando-se, por isso a prática moderada de exercício.

Sintomas da Asma

Os ataques de asma variam em frequência e em intensidade. Algumas pessoas que sofrem de asma não têm sintomas a maior parte do tempo – apresentando episódios ligeiros de falta de ar, de forma breve e ocasional – enquanto outras tossem e têm sibilos de forma continuada, revelando um agravamento do quadro depois de infeções virais, desenvolvimento de esforços ou exposição a agentes alergénicos ou irritantes. O choro ou um riso forte também podem provocar sintomas.

Um ataque de asma pode começar lentamente, com o agravamento gradual de sintomas, ou de forma repentina.

Os sintomas de uma crise asmática são:

  • Falta de ar.
  • Prurido no peito (que pode surgir como primeiro sintoma, sobretudo nas crianças).
  • Respiração sibilante, percetível quando a pessoa respira.
  • Tosse e dispneia.
  • Opressão e dor no peito.
  • Tosse seca à noite ou durante o exercício.

Durante uma crise de asma, a dispneia pode ser profunda, provocando ansiedade. A pessoa tende a sentar-se e inclina-se para a frente, usando o pescoço e os músculos acessórios do tórax para ajudar na respiração.

Numa crise aguda, a pessoa pode apresentar dificuldade em falar, confusão e sonolência. A pele pode tornar-se de cor azulada (cianose) o que revela uma diminuição grave de oxigénio no sangue e o que requer um tratamento de urgência.

Alguns alvéolos podem romper-se e o ar acumular-se na cavidade pleural (espaço compreendido entre a membrana que envolve o pulmão) ou à volta dos órgãos no tórax, complicação que agrava com a dispneia.

Tratamento da Asma

O diagnóstico de asma confirma-se através da realização de diagnóstico clínico e exames de diagnóstico com Raio-X, e uma espirometria (exame realizado através de um aparelho que determina a quantidade de ar que os pulmões conseguem suportar e a velocidade a que o expiram e que avalia, igualmente, a gravidade da obstrução).

Habitualmente, as velocidades máximas de débito são inferiores ao valor normal, entre as 4 e as 6 horas da manhã e são superiores às 16 horas.

  • Os testes de alergia cutânea podem ajudar a identificar os alérgenos que desencadeiam os sintomas da asma. Contudo, uma resposta alérgica a um teste cutâneo não significa necessariamente que o alérgeno que se está a analisar seja o causador da asma. A própria pessoa deve, pois, estar atenta às circunstâncias em que a asma ocorre. É ainda possível realizar uma análise de sangue que avalie a concentração de anticorpos formados contra a substância que provoca reações alérgicas.
  • O exame à asma de esforço é realizado mediante a exposição do doente ao exercício físico e à posterior medição do volume respiratório (quando o volume expiratório máximo por segundo diminui em mais de 15 %, é possível que a asma seja induzida pelo exercício).
  • Os broncodilatadores são a melhor forma de aliviar os ataques repentinos de asma e prevenir os ataques que o exercício possa causar. Estes fármacos estimulam os recetores beta-adrenérgicos que dilatam as vias aéreas. Alguns como a adrenalina, causam efeitos secundários como taquicardia, intranquilidade, dor de cabeça e tremores musculares. A maioria dos broncodilatadores atua em poucos minutos, e os seus efeitos duram entre 4 a 6 horas. O uso constante de broncodilatadores indica um broncospasmo grave que pode provocar uma insuficiência respiratória com risco de morte.
  • Quando se verifica um ataque grave de asma, deve recorrer-se a uma urgência hospitalar pois poderá ser necessário administrar fármacos por via endovenosa.

Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

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