A Enterocolite Necrosante constitui a emergência gastrointestinal mais frequente e perigosa do período neonatal.
Na enterocolite, a superfície interna do intestino inflama, originando lesões.
Nos casos mais graves, as lesões podem necrosar (o tecido intestinal morre) e provocar uma perfuração intestinal. Caso haja uma perfuração da parede do intestino, o conteúdo intestinal pode invadir a cavidade abdominal e produzir uma infeção grave (peritonite). Ao penetrarem na corrente sanguínea, as bactérias causam uma septicémia (infeção generalizada), que pode levar à morte.
A doença afeta principalmente os recém-nascidos prematuros.
Causas de Enterocolite Necrosante
A enterocolite necrosante não apresenta causas identificadas. Sabe-se, contudo, que se encontra associada a uma inadequada irrigação de sangue para o intestino, o que provoca lesões na parede intestinal, tornando-a suscetível à invasão de bactérias.
É definida como uma síndrome clínico-patológica que apresenta necrose de coagulação e inflamação idiopática do intestino. Os fatores de risco identificados para o aparecimento da enterocolite, são:
- Hipoxia perinatal.
- Hemorragia materna antecedendo o parto.
- Rutura de bolsa de líquido durante um período superior a 36 horas.
- Peso ao nascimento menor que 1 Kg.
- Doença de membrana hialina.
- Hipotensão.
- Cateterismo umbilical.
- Uso de vitamina E.
- Uso de indometacina.
- Uso de metilxantina.
- Utilização materna de cocaína.
Sintomas de Enterocolite Necrosante
- Intolerância alimentar.
- Distensão abdominal.
- Vómito biliar (de cor esverdeada).
- Sangue nas fezes.
Tratamento de Enterocolite Necrosante
As radiografias abdominais podem mostrar o gás produzido pelas bactérias dentro da parede intestinal, o que pode confirmar o diagnóstico de enterocolite necrosante.
Nos prematuros muito pequenos ou doentes é possível reduzir o risco de enterocolite através de uma dieta enteral mínima (oral) ou trófica (por sonda), preferencialmente do leite materno. No caso de suspeita de uma enterocolite necrosante, a alimentação é de imediato suspensa e alivia-se o gás e a pressão do intestino por meio de um tubo de sucção colocado no estômago. De seguida administra-se nutrição intravenosa e inicia-se antibioterapia.
Caso haja perfuração do intestino ou da cavidade abdominal é necessária intervenção cirúrgica (70 % das crianças com ECN não requerem cirurgia). A cirurgia permite extrair as porções do intestino perfuradas ou necrosadas, procedendo-se a uma ostomia (o intestino é ligado ao abdómen através de um orifício, passando a expelir as fezes para o exterior). A normal ligação intestinal é reposta após a recuperação total do tecido intestinal.
O tratamento médico intensivo e a cirurgia apropriada melhoram bastante o prognóstico, pelo que a taxa de sobrevivência ronda os 75%.
Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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