A fibromialgia é uma síndrome crónica, caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas nos tecidos moles (músculos, tendões, ligamentos), e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas.
Apesar de haver descrições desta condição desde o século XIX, a patologia só foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma doença no final da década de 70. Esta doença afeta entre 2 a 8% da população adulta, dependendo dos países, e pode ser incapacitante.
Afeta maioritariamente o sexo feminino na faixa etária entre os 30 e os 50 anos.
Causas da Fibromialgia
Trata-se de uma patologia crónica, cujas causas ainda estão por determinar. Sabe-se que os doentes com fibromialgia apresentam diminuição de serotonina, alterações da memória recente, entre outras que, todas elas, são comuns a outras patologias. Existem, contudo, vários fatores que aumentam o risco de fibromialgia e que podem surgir isoladamente ou combinados entre si. Por exemplo:
- Dor generalizada – motivada pela profissão ou traumatismo.
- História familiar – existe uma componente genética na patologia, uma vez que tende a surgir na mesma família.
- Infeção – patologias de ordem bacteriana ou viral podem estar na origem da fibromialgia.
- Trauma físico ou emocional – situações de síndrome pós-traumático, dor motivada pela profissão ou traumatismo físico (cervical), cirurgia.
- Problemas emocionais ou traços de personalidade – incapacidade de relaxamento ou de lidar com adversidades, perfecionismo compulsivo, depressão.
Sintomas da Fibromialgia
O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor, que pode afetar grande parte do corpo. Em certas ocasiões, a dor começa de forma generalizada, e outras vezes numa área como o pescoço, ombros, região lombar.
A dor da fibromialgia pode ser descrita como queimadura ou mal-estar. Às vezes podem ocorrer espasmos musculares. Os outros sintomas da fibromialgia são:
- Dor muscular intensa ou espasmódica (difusa ou localizada na zona lombar, pescoço, entre outras).
- Fadiga.
- Inchaço ou formigueiro nas mãos e pés.
- Rigidez muscular.
- Perturbações no sono.
- Distúrbios emocionais (depressão).
- Dificuldades de concentração e lapsos de memória.
- Tonturas e dores de cabeça.
- Problemas gastrointestinais ou cólon irritável.
- Infeções do trato urinário.
- O ritmo de evolução da doença e a intensidade dos sintomas podem variar consoante a pessoa e alguns aspetos ambientais como o stress, mudanças de tempo ou esforço excessivo, entre outras situações.
Tratamento da Fibromialgia
A fibromialgia não tem cura e os tratamentos existentes visam sobretudo atenuar ou controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do doente.
O diagnóstico da doença é feito com base na análise dos sintomas, nomeadamente a existência de dor em zonas específicas e simétricas do corpo (existem 18 pontos identificados) por um período mínimo de 3 meses, juntamente com a presença de outros sintomas.
Para além dos fármacos – analgésicos, antidepressivos, indutores do sono ou relaxantes musculares, por exemplo – o tratamento pode incluir:
- Apoio psiquiátrico ou de outras especialidades médicas, dependendo das doenças associadas.
- Prática de exercício físico adequado à condição da pessoa.
- Fisioterapia, acupuntura, massagens relaxantes.
- Prática de técnicas de relaxamento como o yoga, shiatsu ou meditação.
- Estilo de vida saudável com bons hábitos de sono, alimentação equilibrada e evitando situações de stress.
Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
Downloads
Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis: