Tipos de analgésicos: reconheça as diferenças

Saúde e Medicina
Última atualização: 18/07/2022
  • Os medicamentos analgésicos são divididos em dois principais grupos farmacológicos: analgésicos opiáceos e analgésicos não opiáceos
  • Os analgésicos opiáceos são fármacos sujeitos a receita médica e todos estão quimicamente relacionados com a morfina (substância que deriva do ópio). Muito eficazes no controlo da dor, podem ser obtidos de forma natural ou sintetizados.
  • Os analgésicos não opiáceos são de venda livre e incluem os analgésicos antipiréticos (usados em caso de febre e no alívio de dores) e os Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINEs), eficazes ao nível da dor muscular, dor óssea, dor de dentes e dor de cabeça.
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Existem vários tipos de analgésicos e é importante estar informado sobre a função de cada um deles. Só assim saberá qual é o mais adequado a cada situação.

Os medicamentos analgésicos são todos aqueles capazes de reduzir ou aliviar a dor. Estes fármacos organizam-se em dois grupos: analgésicos opiáceos (associados à morfina) e analgésicos não opiáceos (classe composta por medicamentos que atuam contra a dor e/ou febre, mas sem capacidade de combater a inflamação e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides).

Antes de iniciar a toma de um analgésico, lembre-se que todos os medicamentos têm vantagens, riscos e contraindicações, e que a escolha deve ser adequada à situação em particular. Por este motivo, evite a automedicação e recorra sempre ao médico para a prescrição do fármaco mais apropriado para o seu caso.

De qualquer forma, fique a conhecer as principais caraterísticas e indicações dos analgésicos opiáceos e analgésicos não opiáceos.

 

Analgésicos opiáceos

Tratam-se de fármacos sujeitos a receita médica. Todos os analgésicos opiáceos estão quimicamente relacionados com a morfina (substância que deriva do ópio). Muito eficazes no controlo da dor, podem ser obtidos de forma natural ou sintetizados laboratorialmente.

A grande desvantagem do uso dos opiáceos reside no risco de dependência. Os efeitos secundários mais comuns são obstipação, sonolência, náuseas, estados de euforia/disforia (sensação de ansiedade e de desânimo), prurido, hipotensão e broncoconstrição.

Além disso, o consumo excessivo de opiáceos poderá levar a uma depressão respiratória grave, que pode conduzir ao coma ou à morte.

A toma destes medicamentos envolve várias precauções. Tratam-se de fármacos que podem interagir com outros, o que pode comprometer o seu efeito e conduzir a reações indesejadas. Por esse motivo, deverá ler sempre o folheto informativo do medicamento e, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.

Para que tipo de situações estão indicados os analgésicos opiáceos?

Os fármacos analgésicos opiáceos são indicados nos casos de dor súbita e grave, relativamente curta (aguda), nomeadamente no caso de queimaduras ou fraturas ou no pós-cirurgia.

Podem ainda ser recomendados no tratamento da dor crónica que resulta de cancro ou de qualquer outra doença terminal, ou em pessoas que estão a receber cuidados paliativos.

 

Analgésicos não opiáceos

O ácido acetilsalicílico, o paracetamol e o ibuprofeno, que integram o grupo de analgésicos não opiáceos, são, de acordo com a consultora norte-americana IMS Health, os medicamentos de venda livre mais consumidos em Portugal.

Além disso, todos fazem parte da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.

Os analgésicos não opiáceos são eficazes ao nível da dor muscular, dor óssea, dor de dentes e dor de cabeça, mas nem todos combatem a inflamação, nomeadamente o paracetamol (analgésico e antipirético).

Contudo, é de sublinhar que segundo o Infarmed, a partir de determinadas dosagens, o paracetamol e o ibuprofeno só deverão ser vendidos mediante a apresentação de receita médica.

 

Analgésicos e antipiréticos

São usados em caso de febre e no alívio de dores, como dor de dentes, dores de cabeça ligeiras ou dores musculares. Um exemplo é o paracetamol, analgésico não opiáceo menos agressivo, estando nomeadamente recomendado a pessoas com doença gástrica. Pode atuar contra a febre mas não combate a inflamação. Em doses excessivas pode provocar danos hepáticos, pelo que a dose diária máxima é de 4 gramas.

Contraindicações

- Doença hepática.

 

 

Anti-Inflamatórios Não Esteroides (AINEs)

Constituem uma das classes de medicamentos mais utilizadas em todo o mundo, sendo o principal tratamento para a dor leve a moderada. Além da dor, atuam na febre e na inflamação, sendo a osteoartrose, a artrite reumatoide e a dismenorreia (dores menstruais) os principais motivos da sua utilização.

Incluem-se nesta classe de medicamentos o ácido acetilsalicílico (o anti-inflamatório não esteroide mais consumido mundialmente) e o ibuprofeno.

O ácido acetilsalicílico está indicado em casos de febre e síndromes dolorosos agudos (cefaleias, dores de dentes, dores artríticas e reumáticas, nevralgias, gripes e constipações). Combate a agregação de plaquetas sanguíneas que formam coágulos nas artérias, sendo por isso utilizado na prevenção secundária de acidentes trombóticos vasculares, como o Acidente Vascular Cerebral – AVC.

O ibuprofeno atua contra a febre, a dor e a inflamação e é usado em doenças do foro reumatológico, em dor pós-traumática (como entorses e fraturas), dor resultante de uma cirurgia e dor ligeira a moderada.

A toma prolongada de anti-inflamatórios não esteroides provoca o aumento dos valores tensionais, pelo que, quando a toma excede o período indicado (entre 7 a 10 dias) a tensão arterial deve ser vigiada.

Estes medicamentos podem também agravar o quadro clínico de doentes renais, insuficientes cardíacos, diabéticos e doentes com cirrose hepática.

Dado que estes fármacos afetam os mecanismos de proteção natural da parede gástrica, a principal limitação são os seus efeitos gastrointestinais: náuseas, dor abdominal e úlceras gástricas.

Contraindicações

- Não podem ser tomados por grávidas.

- Pessoas com asma, úlceras gástricas e duodenais; hemorragias ativas ou antecedentes de hemorragias; quedas e traumatismos frequentes; doentes com tensão arterial elevada não devem tomar ácido acetilsalicílico.

- Crianças até aos 12 anos não podem tomar ácido acetilsalicílico – poderá provocar Síndrome de Reye.

- Se houver suspeita de ou presença de doença gástrica, não se deverá tomar ibuprofeno.

Todos os medicamentos têm vantagens, riscos e contraindicações, pelo que se impõe que a escolha seja adequada à situação particular de cada um. É, por isso, importante que seja o médico a prescrever o fármaco e não o paciente a automedicar-se.

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