A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune, grave que ocorre quando o sistema imunológico do organismo ataca parte do sistema nervoso, levando à inflamação dos nervos e provocando fraqueza muscular.

É uma forma de polineuropatia aguda, rapidamente progressiva e caracterizada por debilidade muscular que, por vezes, conduz à paralisia total.

A síndrome surge, normalmente, após uma infeção ligeira, como uma infeção pulmonar ou gastrointestinal. Na maioria das vezes, os sinais da infeção original desaparecem antes de surgirem os sintomas da síndrome de Guillain-Barré. Esta síndrome afeta mais frequentemente o revestimento do nervo (bainha de mielina). Esta lesão é chamada de desmielinização e faz com que os sinais nervosos se propaguem mais lentamente, ou deixem mesmo de existir. O dano a outras partes do nervo pode fazer com que o mesmo deixe de funcionar completamente.

Guillain-Barré A síndrome de Guillain-Barré afecta e enfraquece o organismo deixando o doente prostrado e bastante debilitado.

O dano a outras partes do nervo pode fazer com que o mesmo deixe de funcionar completamente.

Causas da Síndrome de Guillain-Barré

A síndrome de Guillain Barré deve-se a uma reação autoimune, em que a bainha de mielina é atacada, e pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em pessoas de ambos os sexos entre os 30 e os 50 anos. Em 80 % dos casos, os sintomas iniciam-se entre 5 dias e 3 semanas após uma perturbação infeciosa banal ou uma intervenção cirúrgica. Algumas pessoas podem desenvolver a síndrome de Guillain-Barré após uma infeção bacteriana e, além disso, suspeita-se que alguns casos desta síndrome possam ter surgido como efeito colateral da vacinação contra a gripe suína em 1976.

A síndrome é mais frequente em doenças como:

  • SIDA.
  • Herpes simples.
  • Mononucleose.
  • Lúpus eritematoso sistémico.
  • Doença de Hodgkin.

 

Sintomas da Síndrome de Guillain-Barré

A síndrome de Guillain-Barré danifica partes dos nervos. Os sintomas mais comuns são:

  • Debilidade (sintoma principal). Em 90% dos afetados, a debilidade é mais acentuada entre a 2ª e a 3ª semanas. Em 5% a 10% dos casos, a debilidade manifesta-se ao nível dos músculos respiratórios, ao ponto de ser, por vezes, necessário um ventilador artificial. Cerca de 10% dos doentes necessitam de ser alimentados por via parentérica ou através de uma gastrostomia (sonda alimentar), devido à debilidade dos músculos da face usados para a deglutição.
  • Parestesias e perda da sensibilidade em ambas as pernas e, posteriormente, nos braços.
  • Fraqueza muscular.

O principal risco da patologia encontra-se associado aos casos em que há acometimento dos músculos respiratórios e da face, provocando dificuldade para respirar, engolir e manter as vias aéreas abertas. Cerca de 70% dos doentes também apresenta outros sintomas além da fraqueza/paralisia muscular, como taquicardia (coração acelerado), hipertensão ou hipotensão, perda da capacidade de suar, arritmias cardíacas, retenção urinária ou obstipação intestinal. A dor nos membros enfraquecidos é comum e ocorre devido à inflamação dos nervos.

Tratamento da Síndrome de Guillain-Barré

A doença é diagnosticada de acordo com o padrão dos sintomas, dado que não há qualquer exame laboratorial específico da síndrome de Guillain-Barré. Com o objetivo de afastar outras possíveis causas de debilidade profunda, são efetuados diversos exames, como a análise do líquido cefalorraquidiano da medula espinhal (obtido através de uma punção lombar), um eletromiograma, estudos da condução nervosa e análises de sangue.

Todos os doentes diagnosticados com Guillain-Barré devem ficar internados para observação – mesmo aqueles que apresentam uma forma leve da doença – uma vez que o acometimento dos músculos respiratórios pode ocorrer rapidamente. O diagnóstico é de grande importância porque, quanto mais cedo se iniciar o tratamento adequado, melhor será o prognóstico. Depois de estabelecido o diagnóstico, o tratamento escolhido é a plasmaférese (extração de substâncias tóxicas do sangue) ou a infusão de imunoglobinas.

As pessoas com a síndroma de Guillain-Barré podem melhorar espontaneamente, mas, sem tratamento, a convalescença pode prolongar-se muito. Ao contrário, doentes com tratamento precoce podem experimentar melhorias muito rápidas (em questão de dias ou de semanas). Em geral, a Guillain-Barré progride por duas semanas, mantém-se estável por mais duas e começa a regredir. A recuperação poderá demorar várias semanas ou meses. Em alguns doentes, a sindrome progride tão lentamente que a doença começa a regredir antes mesmo de chegar à parte superior do corpo. Estes são os casos que apresentam melhor prognóstico e menor risco de sequelas.

Cerca de 30% das pessoas (inclusive uma percentagem superior em crianças com esta doença) têm ainda debilidade ao fim de 3 anos. Depois de uma melhoria inicial, aproximadamente 10 % dos doentes têm recidivas e desenvolvem uma polineuropatia. Como a bainha de mielina dos nervos periféricos tem capacidade de se regenerar, a grande maioria dos doentes consegue recuperar todos (ou quase todos) os movimentos. Após 1 ano de doença, 60% dos doentes apresentam recuperação completa da força muscular e 85% recuperam o suficiente, conseguindo caminhar sem ajuda e mantendo uma vida praticamente normal. As sequelas só costumam ocorrer nos casos mais graves.

Artigo revisto e validado pelo especialista em Medicina Geral e Familiar José Ramos Osório.

Este artigo foi útil?

Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

A presente informação não vincula a AdvanceCare a nenhum caso concreto e não dispensa a leitura dos contratos de seguros/planos de saúde nem a consulta de um médico e/ou especialista.

Downloads

Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis:

Sympton Checker

Utilize a nossa ferramenta de diagnóstico de sintomas.

Programas AdvanceCare relacionados

Artigos relacionados