Vem aí o inverno! Defenda-se

Saúde e Medicina
Última atualização: 12/04/2023
  • Com a chegada do tempo frio os problemas respiratórios aumentam. É necessário promover hábitos de vida saudáveis, atividade física regular e medidas de proteção individuais.
  • A constipação e gripe são doenças muito semelhantes e muito comuns. É importante lembrar que os antibióticos não são aconselhados para o tratamento destas patologias virais. A vacina contra a gripe reduz os casos de infeção e protege os grupos de risco.
  • A amigdalite, tipicamente associada à infância, pode ter origem viral ou bacteriana, sendo que apenas a patologia viral pode ser combatida com antibióticos. Medidas de higiene, em particular nas crianças, são essenciais na prevenção da doença.
  • A pneumonia é potenciada pelo tabagismo e pode surgir em sequência de uma gripe ou constipação. É mais comum em crianças até os 2 anos, em idosos e em pessoas hospitalizadas.
  • Após 48h com persistência de sintomas ou após agravamento, procure ajuda médica. Nunca se automedique ou tome antibióticos indiscriminadamente.

Abel García Abejas, especialista em Medicina Geral e Familiar, aponta algumas estratégias para se proteger das principais doenças desta estação: gripe, constipação, amigdalite e pneumonia.

Com a chegada do frio, sentimo-nos mais vulneráveis. Nesta altura do ano são muitas as ameaças à nossa saúde. Os espaços fechados, mal ventilados ou com muitas pessoas e as alterações bruscas de temperatura são situações em que as bactérias e vírus proliferam e podem traduzir-se em problemas respiratórios. Identificar a patologia é essencial para dar a resposta mais adequada, alertam os médicos. Com a ajuda de Abel García Abejas, especialista em Medicina Geral e Familiar, proteja-se das quatro doenças mais comuns nesta fase do ano.

Bons hábitos

“A forma melhor de se proteger contra estas quatro patologias é estimular hábitos de vida saudáveis, atividade física regular e medidas gerais de proteção, como lavar as mãos e evitar contacto próximo com pessoas infetadas” recorda o médico. A prática física não deve ser esquecida no inverno, e uma caminhada ao ar livre, com o equipamento adequado, pode trazer mais vantagens do que uma hora fechado no ginásio. Além dos benefícios para a saúde cardiovascular, respiratória o desporto reduz o stress. Este é um fator de “fragilidade”, alerta Abel García Abejas, uma vez que “provoca uma instabilidade emocional e no nosso sistema imunológico o que nos condiciona a poder ser mais suscetíveis de sofrer este tipo de doenças.”   

Constipação vs. gripe

Durante o inverno, as gripes e constipações são bastante comuns. A transmissão é feita por contacto de pessoa para pessoa, através das secreções expelidas ao tossir, falar ou espirrar, ou pela contaminação de superfícies. As crianças em meio escolar, fumadores, portadores de doenças respiratórias e imunodeprimidos são as pessoas mais vulneráveis a uma eventual infeção. Tanto a gripe como a constipação são causadas por vírus. A gripe é causada pela infeção pelo vírus influenza e a constipação pode ser causada por um grande número de diferente vírus, sendo os mais comuns o grupo rinovírus. A toma de antibióticos não está indicada no tratamento de patologias virais. 

Embora sejam ambas doenças virais com sinais semelhantes – rouquidão, fadiga, mal-estar, arrepios, tosse, obstrução nasal – é a intensidade dos sintomas que ajuda a distinguir a gripe de uma constipação, nomeadamente da febre (ligeira e menos comum na constipação em adultos). “A gripe cursa com mais febre assim como com sintomas sistémicos mais marcados como astenia e mialgias (dores musculares).”A persistência dos sintomas pode indiciar outro problema ou infeção bacteriana, pelo que a avaliação médica é importante.

A prevenção passa, sobretudo, por uma boa higiene. Segundo o médico, “a toma da vacina traz vantagens para a população geral como mecanismo para evitar ou reduzir os casos de infeção. Contudo, terá mais-valias nos grupos de risco”. A vacina é gratuita para pessoas imunodeprimidas, maiores de 65 anos e internados em instituições, grávidas, profissionais de saúde, doentes a aguardar transplante, sob quimioterapia, com trissomia 21, fibrose quística, doença neuromuscular e com défice de alfa-1 antitripsina. Uma vez que os vírus da gripe estão em constante mutação, a imunidade fornecida pela vacina não é duradoura e uma vacinação anual é necessária.

Amigdalite

Tipicamente associada à infância, esta patologia consiste na inflamação das amígdalas, estruturas situadas no fundo da garganta e cuja função é filtrar bactérias e outros patógenos. São a primeira linha de defesa imunitária do organismo e particularmente sensíveis até à puberdade. A amigdalite pode ter origem viral ou bacterial sendo o diagnóstico médico muito importante para definir o tratamento. No caso de infeções bacterianas, o antibiótico é o tratamento tipicamente seguido. Os sintomas mais comuns são a dor de garganta, rouquidão e dificuldade em deglutir. Entre as medidas de prevenção habituais, a higiene assume especial relevância, devendo-se substituir a escova de dentes da criança, alertá-la para evitar partilhar copos e talheres e ensiná-las a tossir ou espirrar para um lenço e lavar bem as mãos depois.

Pneumonia

De entre as doenças respiratórias, a pneumonia é uma das mais preocupantes já que é bastante comum, potencialmente grave e afeta maioritariamente pessoas mais vulneráveis. Não é uma doença sazonal, embora seja mais comum no inverno. O motivo está permanência mais prolongada em espaços fechados poluídos, fatores que em paralelo com o tabagismo aumentam o risco de infeção. Esta inflamação respiratória atinge os alvéolos e bronquíolos, que acumulam líquido, impedindo o bom funcionamento pulmonar. Os sintomas – febre, tosse, mal-estar – evoluem rapidamente e surgem associados a dificuldade respiratória. Pode ter início numa infeção viral ou bacteriana ou surgir na sequência de uma gripe ou constipação. Dor no peito, febre alta e persistente e tosse com expetoração são os principais sintomas diferenciadores. Os principais grupos de risco são as crianças até aos dois anos e adultos maiores de 65, é também comum em pessoas hospitalizadas.

O médico recomenda

A duração e intensidade dos sintomas são as principais razões para procurar ajuda. Deve marcar uma consulta de Medicina Geral e Familiar “após 48 horas com febre persistente mesmo com a toma de medicamentos para tal efeito ou se notar um agravamento do estado geral”, exemplifica Abel García Abejas. De todas as estratégias comuns há uma que deve evitar a todo o custo – a automedicação ou toma indiscriminada de antibióticos – pois “torna mais complicados os diagnósticos e aumenta as resistências aos mesmos”, alerta. Nestas doenças típicas de inverno, a automedicação, em especial com antibióticos, é o erro mais comum, alerta Abel García Abejas. “É preferível ir ao seu médico de família mesmo no dia".

Este artigo foi útil?

Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

A presente informação não vincula a AdvanceCare a nenhum caso concreto e não dispensa a leitura dos contratos de seguros/planos de saúde nem a consulta de um médico e/ou especialista.

Downloads

Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis:

Sympton Checker

Utilize a nossa ferramenta de diagnóstico de sintomas.

Programas AdvanceCare relacionados

Artigos relacionados