Frieiras, uma reação ao inverno

Saúde e Medicina
Última atualização: 25/07/2022
  • As frieiras estão, maioritariamente, associadas ao frio! Contudo, há alguns fatores de risco que podem aumentar a sua probabilidade de aparecimento, desde antecedentes familiares à utilização de determinadas peças de roupa;
  • A prevenção é o melhor remédio e existem algumas medidas que podem e devem ser implementadas para a prevenção desta inflamação. Além disso, ao mínimo sinal de alarme, deve adotar medidas para evitar o desconforto que pode sentir na sua pele;
  • Há vários tratamentos que podem ser adotados para as frieiras, mas a consulta médica não é dispensável e deve ser o primeiro recurso para um aconselhamento adequado.
tensão arterial

Muito comuns nos meses de inverno, as frieiras são incomodativas e podem atingir várias partes do corpo. Para uma melhor compreensão do impacto deste problema, respondemos às principais dúvidas e questões que possam existir, para que identifique e saiba como agir desde o primeiro sintoma!

O que é?

A frieira é uma inflamação cutânea dos pequenos vasos sanguíneos devido à exposição ao frio e humidade, particularmente em habitações ou edifícios sem aquecimento central. E, apesar de não ser considerada grave, provoca bastante desconforto e, por vezes, dor intensa.

O que está na origem deste problema?

A causa exata desta reação está ainda por determinar. Estima-se que possa dever-se a uma reação desadequada do organismo ao frio (contração dos vasos) e à posterior recuperação da temperatura da pele (ao aquecer novamente, a expansão dos pequenos vasos é mais rápida) o que leva ao congestionamento da circulação e inflamação nos tecidos envolventes.

Que zonas do corpo são mais afetadas?

As frieiras aparecem nas partes do corpo expostas ao frio e humidade ou nas áreas mais propensas a sofrer de circulação sanguínea insuficiente como os pés e as mãos. Podem ainda verificar-se noutras zonas como o nariz, orelhas, joelhos ou cotovelos, embora seja menos frequente.

Quais são os principais fatores de risco?

A exposição ao frio e uma circulação sanguínea insuficiente são os principais elementos na origem das frieiras, sendo por isso, comuns em mulheres, crianças e idosos, sobretudo devido à propensão para problemas circulatórios. Outros fatores podem incrementar o risco de vir a desenvolver esta inflamação na pele, como por exemplo:

  • Além dos antecedentes familiares, alguns problemas de saúde podem explicar o risco acrescido de frieiras, como a má circulação (que deixa a pele mais sensível às alterações da temperatura). Quem sofre de lúpusanemia ou da doença de Raynaud (uma patologia que afeta o fluxo sanguíneo nas extremidades e que atinge sobretudo mulheres jovens) é também mais suscetível.
  • Usar peças de roupa e sapatos muito justos ou que não protejam do frio e da humidade, uma vez que dificultam a circulação sanguínea e expõem a pele à agressão externa.
  • O facto de ter o peso abaixo do recomendado para a estatura pode ainda aumentar o risco de frieiras.
  • O aparecimento de frieiras coincide com os meses frios e húmidos de inverno.

Que sintomas caracterizam este problema?

Nas zonas atingidas a pele apresenta vermelhidão, inchaço e, por vezes, úlceras e alterações na coloração da pele. Estas manifestações cutâneas podem surgir associadas a prurido, sensação de queimadura e/ou dor intensa.

É possível prevenir?

No que respeita as frieiras a melhor estratégia é, de facto, a prevenção:

  • Reduza a exposição da pele ao frio e humidade, através de vestuário que garanta a manutenção da temperatura corporal adequada e que cubra as zonas mais expostas;
  • Opte por calçado que mantenha e pele seca e quente.
  • Não fume;
  • Praticar exercício físico é também benéfico;
  • Depois de tomar banho seque bem os seus pés e evite choques de temperaturas;
  • Consulte um podologista para um controlo adequado, especialmente se estiver diagnosticado com patologias crónicas.

Que medidas podem ser tomadas para minimizar o desconforto?

Existem vários cuidados simples que podem ser implementados no quotidiano para aliviar o mal-estar provocado pelas frieiras e até contribuir para a recuperação.

  • Manter a pele afetada pelas frieiras seca e quente (usar peças de roupa em lã; fazer uma massagem com movimentos suaves, mas sem coçar nem esfregar);
  • Evitar a exposição ao frio e outras agressões externas (uso continuado de água e detergentes);
  • Não colocar a pele em contacto direto com fontes de calor (aquecedor, lareira)
  • Aplicar sempre que necessário uma loção hidratante para aliviar o prurido.
  • Nos casos mais graves, deve colocar uma ligadura sobre as zonas afetadas, sem apertar muito, e assegurar-se de que a pele está limpa para evitar infeções;
  • Pratique exercícios suaves que melhorarão a circulação dos seus pés e mãos;
  • Utilize peças de roupa confortáveis e largas para a sua pele respirar, com especial atenção para o calçado.

Quando deve procurar um médico?

Na maioria dos casos, as frieiras desaparecem espontaneamente após duas a três semanas e os cuidados básicos acima mencionados.

Quando os sintomas se agravam, nomeadamente se ocorrem noutra estação do ano, surgem de forma recorrente, se prolongam no tempo sem melhorias, se provocam dor muito intensa ou se há suspeita de infeção (formação de bolhas, úlceras na pele), deve procurar ajuda médica. Quem sofre de diabetes ou de problemas circulatórios deverá ter atenção redobrada.

Que tratamentos existem?

Para além dos cuidados gerais, mencionados anteriormente, o tratamento das frieiras pode incluir a toma de fármacos com ação vasodilatadora. Este tipo de medida aplica-se por indicação médica e especialmente nos casos mais graves e quando os cuidados diários não corrigem os sintomas.

As frieiras são um problema comum que surge devido à reação anormal da pele ao frio, mas que, com as precauções certas, podem ser prevenidas e minimizadas. É essencial, no inverno, proteger a pele das agressões externas.

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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