Coronavirus - tudo o que precisa de saber

Saúde e Medicina
Última atualização: 09/08/2022
  • O SARS-CoV-2, pertence à família dos coronavírus, que são responsáveis por infeções respiratórias;
  • A sua transmissão é realizada por via aérea, tanto por contacto direto com uma pessoa infetada, como indiretamente, através de contacto com superfícies contaminadas ou aerossóis;
  • Alguns sintomas característicos são tosse seca, congestão nasal, febre, falta de ar ou perda de olfato e paladar;
  • A melhor maneira de evitar a contaminação é seguindo uma boa etiqueta respiratória, tal como evitar contacto com pessoas infetadas, higienizar as mãos frequentemente ou usar máscara;

A fácil transmissão do SARS-CoV-2, detetado na China no final do ano de 2019, continua a preocupar as autoridades sanitárias do mundo inteiro. De acordo com o infeciologista Vítor Laerte, continua a ser importante que se adotem os cuidados básicos para prevenir este tipo de infeções respiratórias.

Detetado na cidade chinesa de Wuhan em 2019, este coronavírus – denominado SARS-CoV-2 – disseminou-se, não só pela China, mas por todo o mundo, provocando a infeção e a morte de diversas pessoas. Para melhor entender este assunto, falámos com Vítor Laerte, especialista em doenças infeciosas e consulta do viajante. Antes de mais, para sabermos que tipo de infeção é esta, torna-se necessário compreender o que é um coronavírus. Segundo o clínico, “o coronavírus pertence a uma família de vírus que é responsável por cerca de 30% das infeções respiratórias que se registam nesta altura do ano”. Tal como o vírus da gripe e outros vírus respiratórios, pode causar “sintomas ligeiros, como corrimento nasal, tosse e alguma febre”, sendo que ainda pode provocar perda de olfato ou paladar e cansaço

O coronavírus é, portanto, um vírus comum a animais e seres humanos, conhecido há muito tempo. Todavia, este coronavírus é diferente dos outros, causando infeções respiratórias graves. De acordo com Vítor Laerte, tal alteração aconteceu porque “um dos coronavírus que apenas circulava entre animais conseguiu atravessar a barreira de transmissão e passou para o Homem. Como se trata de um vírus novo acaba por causar problemas mais graves do que os provocados pelos coronavírus que geralmente circulam entre seres humanos”. Ao haver esta passagem verifica-se também a possibilidade de “transmissão inter-humana”, ou seja, o contágio pessoa a pessoa.


Mais fácil de transmitir

Esta não é a primeira vez que um fenómeno do género aconteceu, isto é, em que um coronavírus passa a barreira da transmissão exclusiva entre animais e passa para o ser humano, provocando infeções respiratórias graves. Entre 2002 e 2003, registou-se a síndrome respiratória aguda grave (infeção provocada pelo coronavírus SARS-CoV) e mais recentemente, em 2012, a síndrome respiratória do Médio Oriente (infeção provocada pelo coronavírus MERS-CoV). “A diferença em relação ao atual coronavírus é que os anteriores provocavam infeções mais graves e uma letalidade também maior, as pessoas ficavam mais doentes e necessitavam de mais intervenção médica”, esclarece o clínico, acrescentando que “este coronavírus parece menos grave, é responsável por uma menor mortalidade, mas é capaz de se difundir muito mais facilmente, porque se transmite num período de tempo em que a pessoa ainda não apresenta sintomas, o que em termos de controlo dificulta muito e é por essa razão que este vírus está a afetar tanta gente”.

Em indivíduos mais jovens e sem complicações de saúde que contraem o vírus, “ainda que possam evoluir para formas mais graves, geralmente recuperam da situação”. Já as pessoas que têm comorbilidades associadas, como doença respiratória crónica, imunodepressão ou idade avançada, “estão mais vulneráveis”, logo, a mortalidade por este coronavírus é maior nestes casos.


Quais são os sintomas?

Quanto aos sintomas a que as pessoas devem estar atentas, o especialista referiu que também essa é uma dificuldade associada ao diagnóstico desta infeção, tendo em conta que “os sintomas são muito parecidos com os de outras infeções respiratórias comuns nesta altura do ano”. “Pelo que está descrito, este vírus pode causar desde infeções de gravidade ligeira e com sintomas inespecíficos, como congestão nasal, indisposição, mal-estar, febre ligeira e tosse seca, até formas mais graves em que a pessoa tem tosse seca ou produtiva, dor torácica e dificuldade em respirar ou até falta de ar”, enumera, sendo que “a pneumonia viral pode ser uma das consequências, com a pessoa a poder ter necessidade de suporte médico com oxigénio ou até a precisar de cuidados intensivos”.

Não existindo um tratamento específico para esta doença, “é feito um tratamento sintomático e de suporte”, ou seja, são tratados sintomas respiratórios, e garantido suporte ao funcionamento dos pulmões, em caso de necessidade.

Desde finais de 2021 que já foram desenvolvidas e aprovadas várias vacinas pela OMS, sendo que estas provocam uma resposta imunitária do corpo humano, ajudando no combate da doença. Importa também referir que as vacinas não previnem a infeção, mas sim ajudam a maximizar a resposta do nosso organismo e minimizar os efeitos da COVID-19.

Posso viajar para a China?

De momento, a 27 de Julho de 2022, de acordo com o Portal das Comunidades Portuguesas, é necessária a realização de 2 testes de ácido nucleico (PCR), realizados por laboratórios aprovados, 48h e 24h antes do voo. Estes serão acompanhados por uma Declaração de Saúde certificada pela Embaixada Chinesa. Para além dos testes anteriores é exigido um de antigénio realizado 12h antes do embarque, num laboratório.

Importante saber, que devido a surtos em diversas cidades chinesas, incluindo cidades como Pequim ou Xangai têm levado a medidas restritivas, tais como encerramentos de estabelecimentos comerciais ou suspensão de transportes públicos. Para além disso, em Pequim é necessária a realização de uma quarentena de pelo menos 7 dias.

Caso a decisão seja a de viajar, é conveniente seguir as recomendações da OMS e da própria Direção-Geral da Saúde (DGS), que passam não só pela etiqueta respiratória, mas também por indicações sobre o que fazer perante suspeita de doença durante a viagem ou depois, nomeadamente, ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24).

Proteção: etiqueta respiratória

A forma como esta infeção por COVID-19 se transmite pode ocorrer através de contacto direto, através da disseminação de gotículas respiratórias (produzidas por tosse, espirro ou fala, entrando em contacto com a boca, nariz ou olhos de pessoas próximas) ou então por contacto indireto ao haver contacto das mãos com uma superfície contaminada e posterior colocação das mesmas nos olhos, nariz ou boca, assim como inalação de aerossóis contendo o vírus. Vítor Laerte aconselha alguns cuidados, dando como exemplo a gripe, “que tem muito impacto na população e também é transmitida por esta via, pelo que a etiqueta respiratória é aconselhável”. Entre estas recomendações contam-se:

  • Evitar contacto próximo com doentes com infeções respiratórias;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes;
  • Tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, utilizando um lenço de papel ou o braço, nunca as mãos;
  •  Deitar fora os lenços de papel usados para espirrar, tossir ou assoar-se;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Desinfeção das mãos com álcool-gel;
  • Utilização de máscara.

 

Este artigo foi útil?

Conselho cientifico

Conteúdo revisto

pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

A presente informação não vincula a AdvanceCare a nenhum caso concreto e não dispensa a leitura dos contratos de seguros/planos de saúde nem a consulta de um médico e/ou especialista.

Downloads

Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis:

Sympton Checker

Utilize a nossa ferramenta de diagnóstico de sintomas.

Programas AdvanceCare relacionados

Artigos relacionados