Distúrbio que se traduz na perda de movimento facial devido a lesões nos nervos ou enfraquecimento dos músculos responsáveis pela expressão facial. É um problema que provoca uma assimetria facial com repercussões na qualidade de vida e autoestima da pessoa.
A paralisia facial pode ser classificada como:
- Central – provocada por lesões ou patologias no cérebro que impedem a transmissão de informação para o nervo facial. A assimetria afeta sobretudo a zona inferior do rosto, não interferindo com o músculo ocular e a função de pestanejar.
- Periférica – devido a problemas ou lesões nos músculos faciais. Nesta categoria, a paralisia de Bell é a mais comum. Carateriza-se pela fraqueza dos músculos faciais, manifesta-se subitamente e tende a desaparecer após seis meses. A sua causa exata é desconhecida, mas surge frequentemente associada a infeções por vírus do tipo herpes. A imobilização de certos músculos da face provocada pela paralisia pode trazer complicações de saúde, em especial na visão. A dificuldade em pestanejar ou fechar um dos olhos expõe a córnea a elementos externos e favorece a secura devido à falta de lubrificação pela lágrima, exigindo uma vigilância médica regular. A lesão da córnea constitui umas das principais preocupações clínicas no contexto de paralisia facial periférica.
A paralisia facial, dependendo da sua origem, pode ser permanente ou passageira.
Causas de Paralisia Facial
A paralisia facial pode ter origem neurológica, traumática, infeciosa, neoplásica ou idiopática (sem causa conhecida), esta última mais comum e também conhecida por paralisia de Bell.
A paralisia facial pode ainda ocorrer no nascimento devido a trauma do parto (paralisia temporária e que, na maioria dos casos, se resolve espontaneamente) ou síndrome de Moebius ou de Melkersson-Rosenthal.
As principais situações associadas ao aparecimento de paralisia facial são:
- Lesão no crânio (fratura) ou na face.
- AVC.
- Tumor (no cérebro ou pescoço), linfoma.
- Lesões no ouvido ou infeção crónica do ouvido médio.
- Tensão arterial elevada.
- Diabetes.
- Doença de Lyme (infeção bacteriana transmitida por picada de carraça).
- Síndrome de Ramsay-Hunt (infeção do nervo facial por vírus varicela zoster).
- Traumatismo crânio-encefálico.
- Doenças autoimunes (esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré, lúpus eritematoso sistémico, sarcoidose).
Sintomas de Paralisia Facial
- Dor facial.
- Dor de cabeça ou tonturas.
- Zumbido, sensibilidade ao som e dor num ou em ambos os ouvidos.
- Dificuldade em falar, comer ou beber (deglutição dificultada).
- Incapacidade de expressar emoções.
- Salivação em excesso.
- Contração muscular.
- Olhos lacrimejantes.
- Secura na boca e olho (no lado paralisado da face).
- Alteração do paladar.
Tratamento de Paralisia Facial
O diagnóstico da paralisia engloba o exame clínico, avaliação do tónus muscular facial (em repouso e movimento) e despiste de eventuais patologias, lesões ou infeções associadas, a realização de testes laboratoriais ao sangue e de exames de imagem. Em certos casos, pode recorrer-se a uma eletromiografia, um exame que avalia a função dos nervos e músculos. O tratamento pode incluir várias abordagens:
Farmacologia – terapêutica com corticosteroides e antivirais.
Cirurgia – intervenção cirúrgica em nervos lesados, remoção de tumores ou lesões associadas ao problema.
Fisioterapia – técnicas que visam o estímulo e fortalecimento dos músculos da face e o treino da expressão facial através de exercícios de reeducação neuromuscular.
O recurso a toxina botulínica ou, por exemplo, a métodos como a acupuntura, crioterapia (frio), termoterapia (calor), eletroterapia (estímulo elétrico) e massagem são, por vezes, associados ao tratamento da paralisia, embora ainda não reúnam consenso médico.
Artigo revisto e validado por Isabel Braizinha, especialista em Medicina Geral e Familiar
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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