Doenças crónicas: o que são e como prevenir?
- As doenças crónicas representam um desafio mundial, com a prevalência das mesmas a aumentar, e um peso crescente em Portugal.
- A identificação das doenças crónicas é essencial para garantir uma intervenção precoce e tratamento adequado.
- Neste artigo, destacamos as principais doenças crónicas e quais os seus sinais de alarme.
Identificar os fatores de risco é essencial para prevenir e gerir eficazmente as doenças crónicas.
O que são doenças crónicas?
As doenças crónicas, ou doenças não transmissíveis (DNT), são patologias de desenvolvimento lento, que se prolongam no tempo, resultado de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define doença crónica como toda a doença que apresente uma ou mais das seguintes características:
- Ser permanente;
- Produzir incapacidade ou deficiência residual;
- Ser causada por alterações patológicas irreversíveis;
- Exigir formação especial do doente para a sua reabilitação;
- Exigir longos períodos de observação e/ou cuidados.
Estas patologias incluem as doenças cardiovasculares, o cancro, as doenças respiratórias, as perturbações mentais, as doenças reumáticas e a diabetes.
Em Portugal, mais de quatro em cada dez adultos sofrem de uma doença crónica. A nível global, estima-se que as doenças crónicas sejam responsáveis por 74% das mortes no mundo.
Quais os principais fatores de risco para as doenças crónicas?
Pessoas de todas as faixas etárias, regiões e países podem ser afetadas por doenças crónicas.
Estas doenças não estão associadas a um único fator, resultando de várias variáveis:
Comportamentos modificáveis
Normalmente são consequência de um conjunto de fatores associados a comportamentos e estilos de vida pouco saudáveis, dos quais se destacam:
- Tabagismo;
- Consumo de álcool;
- Sedentarismo;
- Stress;
- Hábitos alimentares desequilibrados.
É possível prevenir o aparecimento de doenças crónicas ao adotar hábitos comportamentais equilibrados, tais como, ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico, garantir um descanso adequado, evitar o consumo de tabaco e álcool, gerir o stress e procurar apoio emocional quando necessário.
Fatores metabólicos
Estes contribuem para alterações metabólicas que aumentam o risco de desenvolver doenças crónicas:
- Pressão arterial elevada;
- Excesso de peso ou obesidade;
- Hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue);
- Hiperlipidemia (níveis elevados de gordura no sangue).
Fatores ambientais
Vários fatores de risco ambientais contribuem para o desenvolvimento de doenças crónicas, como a poluição do ar, contaminação da água e do solo, exposição a radiação excessiva, entre outros.
Uma forma importante de prevenir e controlar as doenças crónicas é evitar comportamentos prejudiciais à saúde, concentrando-se em reduzir os fatores de risco associados a estas doenças.
Quais as principais doenças crónicas?
Doenças cardiovasculares
As doenças cardiovasculares afetam o sistema circulatório, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares), e podem surgir em diversos tipos de patologias. As mais graves são as doenças das artérias coronárias e as doenças das artérias do cérebro.
Tonturas ou alteração de memória podem ser sintomas indicativos de doença cardiovascular, apesar desta, muitas vezes, ser uma doença silenciosa, manifestando-se através da angina de peito, do enfarte do miocárdio ou de acidente vascular cerebral (AVC).
Doenças respiratórias
As doenças respiratórias crónicas caracterizam-se por uma alteração do estado normal das vias aéreas ou das restantes estruturas do pulmão, que se desenvolve e perdura ao longo do tempo. Dentro deste grupo, as doenças que mais se destacam são a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e a Asma.
As doenças respiratórias crónicas apresentam uma variedade de sintomas que podem variar dependendo da condição específica. Alguns dos sintomas comuns incluem: dificuldade em respirar ou sensação de falta de ar, tosse persistente, fadiga, infeções respiratórias frequentes, dor ou desconforto na região torácica.
Doenças reumáticas
Estas doenças afetam os ossos, articulações e músculos. Algumas das doenças reumáticas mais comuns são a lombalgia, a osteoporose, a artrose, a artrite reumatoide, entre outras.
Dor persistente nas articulações, rigidez articular, limitação na amplitude dos movimentos, inchaço nas articulações são alguns dos sintomas comuns a estas doenças. Pode ainda ocorrer, em alguns casos, a deformidade articular ou inchaço, fadiga, calor ou vermelhidão.
Diabetes
A Diabetes é uma das patologias crónicas mais comuns no mundo inteiro, sendo identificadas duas tipologias da doença: diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.
– A diabetes Tipo 1 é menos comum, incide, essencialmente, em crianças e jovens, e deve-se a uma destruição autoimune do pâncreas.
– A diabetes Tipo 2 é a mais comum e é causada por um desequilíbrio no metabolismo da insulina.
Existem alguns sintomas associados a esta patologia, que variam segundo o seu tipo. No caso da Diabetes Tipo 1, os sintomas mais comuns são micções frequentes, sede excessiva, muita fome, emagrecimento rápido, sensação de fadiga e dores musculares, náuseas, vómitos ou dores de cabeça.
Na Diabetes Tipo 2, os pacientes podem ter sede, vontade de urinar frequentemente, cansaço, comichão intensa e, por vezes, perda de peso.
Doenças mentais
As doenças mentais crónicas abrangem uma variedade de condições que afetam o funcionamento mental e emocional de uma pessoa. Estas incluem depressão, ansiedade e outros distúrbios psicológicos relacionados com a saúde mental.
Os sintomas específicos dependem do tipo de doença mental, destacando-se: alterações de humor, distúrbios do sono, mudanças no comportamento alimentar (alterações no apetite e peso), pensamentos intrusivos ou obsessivos, dificuldades em gerir emoções, isolamento social, problemas de concentração, alucinações ou delírios.
Na listagem de doenças crónicas constam ainda outras patologias tais como a Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, Doenças Degenerativas do Sistema Nervoso como Alzheimer e outras demências, e cancro.
As mudanças de estilo de vida, a educação para a saúde e a intervenção precoce são pilares fundamentais para a prevenção das doenças crónicas. Além disso, é fundamental realizar exames médicos regularmente para a deteção precoce e controlo de condições crónicas.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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